Ao passo que o PSDB ainda discute o apoio à pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MDB) à Presidência, o ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB) tenta avançar em conversas até então “embrionárias” para viabilizar a candidatura ao governo de Minas Gerais.

Até quinta-feira, quando a executiva nacional se reunirá para sacramentar ou não a aliança com Simone, Pestana vai intensificar as conversas com MDB e União Brasil.

A construção da chapa de Pestana passa diretamente pela decisão da executiva tucana a respeito de Simone. Como contrapartida à composição, o PSDB reivindicou o apoio do MDB aos pré-candidatos tucanos no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e, por fim, em Minas.

“A bola (da tratativa a nível nacional) está com o MDB”, pontua o pré-candidato ao governo de Minas. A data-limite para uma resposta dos emedebistas é amanhã.

Hoje, Pestana deve retomar o contato com o ex-prefeito de Uberaba Paulo Piau, pré-candidato ao Senado ao lado do presidente do MDB Afro, Arcanjo Pimenta.

“Em caso de aliança, a escolha é do MDB, mas eu dialoguei com Paulo Piau porque foi meu colega como deputado estadual e federal. São aproximações sucessivas. Tem que ter muita paciência, muito diálogo, identificando os pontos de convergência”, diz o pré-candidato ao governo de Minas.

Ao Aparte, Piau afirma que as conversas com Pestana seriam paralelas, já que quem dará a palavra final será do presidente do MDB de Minas, Newton Cardoso Jr. “(A articulação) é um jogo nacional do qual não estou participando, mas, como sou uma peça que está sendo considerada dentro do próprio partido, é uma razão para que Pestana tenha conversado comigo”, pondera.

O ex-prefeito diz que está à disposição do MDB, desde que não seja para se candidatar como deputado federal ou estadual. “Deixa para a meninada que está vindo aí”, acrescenta. Procurado, Newton Cardoso Jr. não havia respondido até o fechamento desta edição.

Amanhã, os tucanos vão tentar avançar nas tratativas com o União Brasil. Ao lado do presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo, Pestana irá encontrar o presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, e o secretário geral da legenda em Minas, Bilac Pinto.

O encontro, de acordo com Pestana, será para “mapear os campos de convergência nas unidades da federação”, ou seja, em quais Estados PSDB e União Brasil dão liga.

A agenda foi combinada ainda na última quinta-feira, ocasião em que Pestana, Bivar e Bilac se encontraram em Belo Horizonte após o pré-candidato ao governo de Minas ter participado do 37º Congresso Mineiro de Municípios.

Apesar de Bilac ser cotado como possível vice de Zema, a eventual aliança é vista com otimismo, já que o deputado federal foi secretário de Estado durante os governos de Aécio Neves e Antonio Anastasia.

“São relações já consolidadas, já históricas, o que facilita muito, mas são conversas embrionárias”, pontua Pestana. Contactado pela coluna, Bilac não havia atendido nem retornado até o fechamento desta edição.

Como lançaram o projeto tardiamente, os tucanos, até o momento, não aglutinaram outros partidos. Nem mesmo o Cidadania, com quem é federado, foi atraído pela pré-candidatura de Pestana.

“Todo mundo está conversando com todo mundo. É um período de amadurecimento de alianças. Temos até os primeiros dias de agosto para realizar as convenções. Até lá, muita água vai rolar”, diz o ex-deputado federal. O prazo final para a aprovação das pré-candidaturas e coligações é 5 de agosto.