As mortes por dengue em Minas neste ano já representam o dobro do que foi registrado em 2021. Em menos de cinco meses, 16 pessoas perderam a vida após contrair a doença transmitida pelo Aedes aegypti. Diante do número, especialistas reforçam que os cuidados para evitar a proliferação do mosquito não podem ser ignorados mesmo com o fim da temporada de chuva.

Outras 50 mortes suspeitas estão em investigação. O aumento pode estar relacionado aos ciclos epidêmicos da enfermidade. “Observa-se que vivenciamos quatro anos com aumento expressivo: 2010, 2013, 2016 e 2019. Portanto, a cada três anos, tem ocorrido aumento de casos. Sendo assim, 2022 é considerado um ano de atenção”, informou a de Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

A SES, no entanto, ainda não classifica uma epidemia em 2022. A pasta considera que há “aglomerados de casos” que chamam a atenção de autoridades de saúde em vários municípios. Conforme a secretaria, os casos da doença também dispararam. Entre 17 e 24 de maio, mais 3.748 notificações foram computadas, elevando para 33.459 as infecções.

Na tentativa de reduzir os números, a ajuda da população é fundamental. É necessário eliminar criadouros do inseto, especialmente onde há retenção de água da chuva, como ralos, calhas, vasos de plantas e pneus. Considerando que o ciclo de vida do Aedes tem duração média de sete dias, é preciso que a limpeza seja feita, pelo menos, duas vezes por semana.

“É uma atenção constante que a gente precisa ter. E devemos fazer o nosso dever de casa, porque os focos estão nos domicílios. A gente precisa estar sempre atento a isso. Não podemos baixar nossa guarda, então continuemos firmes aí na luta para combater as doenças transmitidas pelo vetor”, afirma o infectologista e professor da Faculdade Santa Casa BH, Alexandre Sampaio.

Mortes

As mortes confirmadas em Minas são de pacientes de Araguari, Baependi, Betim, Bom Sucesso, Conselheiro Lafaiete, Espinosa, Itaúna, Ituiutaba, Manhuaçu, Oliveira, São Roque de Minas, Uberlândia e Urucuia.

Nessa última, no Norte de Minas, a prefeitura recorreu à ajuda do Estado. Uma força-tarefa formada por equipe da SES chegou à cidade nesta semana. Quinze agentes realizam visitas domiciliares para conscientização e mobilização da população no controle e redução do vetor. Também está sendo feita a remoção de possíveis criadouros e demais estratégias de acordo com as características do local.