O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, minimizou as críticas feitas por setores do PT a trechos da política econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No mês passado, a corrente majoritária do partido aprovou resolução em que há ressalvas ao que foi chamado de “austericídio fiscal”.

Em entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta terça-feira (2), Haddad apontou contradição no discurso.

“Não dá para celebrar Bolsa (de Valores), juros, câmbio, emprego, risco-país, PIB que passou o Canadá, essas coisas todas, e simultaneamente ter a resolução que fala ‘está tudo errado, tem que mudar tudo’. Alguma coisa precisa ser pensada a respeito, mas não tenho problema com isso”, afirmou.

A nota com menção ao “austericídio fiscal” tem, também, críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, cujo impeachment chegou a ser defendido por correligionários de Lula. A ala petista que redigiu o documento acredita que o aumento dos gastos públicos impulsionará o crescimento nacional. A presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, compõe a corrente responsável pela elaboração da resolução.

Não faz nenhum sentido, neste cenário, a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC ‘independente’ e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país”, lê-se em trecho da nota.

Segundo Haddad, é preciso “resolver” o discurso a ser adotado pelo PT.

“É curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim:

‘A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!’ E o Haddad é um ‘austericida’. Então, ou está tudo errado ou está tudo certo. Tem uma questão que precisa ser resolvida, que não sou eu que preciso resolver”, continuou Haddad.

O ministro é uma das vozes que acredita na possibilidade da candidatura de Lula ao Palácio do Planalto em 2026.

Eu fui criticado no MEC, mas virei o melhor ministro da Educação da história do país, depois que deixei o MEC. Melhor prefeito da história de São Paulo, depois que deixei a prefeitura. Tomara que aconteça a mesma coisa agora (como ministro da Fazenda)”, afirmou


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