O ministro Mauro Campbell Marques tomou posse como o novo corregedor nacional de Justiça nesta terça-feira (3), em uma solenidade realizada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em Brasília. A posse contou com a presença de autoridades dos Três Poderes, e logo após, Campbell participou da 11ª Sessão Ordinária de 2024.
O presidente do CNJ, ministro Luís Roberto Barroso, destacou a trajetória de Campbell, natural do Amazonas, e sua dedicação em delinear políticas públicas eficazes. Barroso ressaltou a importância de juízes bem preparados para a Justiça e a democracia, afirmando que Campbell será fundamental na supervisão do Judiciário, com a missão de valorizar os bons magistrados e punir aqueles que comprometem a integridade do sistema.
Em seu discurso de posse, Campbell abordou a questão dos incêndios na Amazônia, usando a metáfora do “Brasil que está queimando” para enfatizar a necessidade de ação conjunta dos juízes na implementação de políticas públicas voltadas para a preservação e recuperação dos biomas. Ele destacou a importância de priorizar julgamentos relacionados ao meio ambiente e de desenvolver ações de precaução.
O CNJ é uma instituição pública dedicada ao aprimoramento do Judiciário, com foco no controle e na transparência administrativa e processual. Campbell, que é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) desde 2008, foi aprovado pelos parlamentares para assumir o cargo de corregedor nacional de Justiça durante o biênio 2024-2026, sucedendo o ministro Luis Felipe Salomão, que foi eleito vice-presidente do STJ.
Durante a sabatina que precedeu sua posse, Campbell chamou a atenção para o enorme desafio enfrentado pelo Judiciário brasileiro, que lida atualmente com cerca de 80 milhões de processos em tramitação. Ele enfatizou a necessidade urgente de reordenar o sistema judiciário e implementar filtros mais rigorosos para a relevância dos recursos especiais.
Campbell também sublinhou a importância de os juízes estarem próximos das comunidades que servem, conhecendo de perto a realidade das escolas, hospitais e postos de saúde de suas jurisdições. “O juiz não pode tratar a magistratura como um bico ou turismo. Ele deve residir na sua comarca e estar verdadeiramente comprometido com a comunidade local”, afirmou.
Com uma carreira sólida no Poder Judiciário, Campbell já exerceu os cargos de corregedor-geral da Justiça Federal e de corregedor-geral eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também coordenou uma comissão na Câmara dos Deputados para revisar a Lei de Improbidade Administrativa. Atualmente, é diretor-geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados e membro de diversas academias jurídicas.