O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), enfatizou a necessidade de prudência ao analisar os pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Essas solicitações ganharam força recentemente, especialmente entre apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a revelação de que Moraes teria solicitado, informalmente, relatórios ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fundamentar suas decisões contra aliados de Bolsonaro. A declaração de Pacheco ocorreu durante um evento de homenagem realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Ao ser questionado por jornalistas sobre o aumento das pressões para o impeachment de Moraes, Pacheco afirmou que, na sua visão, o cenário atual não é propício para dar seguimento a esse processo. Ele destacou que, após mais de três anos à frente do Senado, adotaria uma postura cautelosa para evitar que o país se tornasse, nas suas palavras, “uma esculhambação” movida por interesses que poderiam desestabilizar a nação.

O presidente do Senado também ressaltou a responsabilidade que o cargo impõe e alertou sobre as consequências drásticas que o impeachment de um ministro do STF poderia gerar, como impactos na economia, aumento da inflação, valorização do dólar e elevação do desemprego. Pacheco lembrou ainda que, em 2021, rejeitou um pedido semelhante feito por Bolsonaro, justificando que a solicitação não possuía viabilidade jurídica ou política.

Em um comentário que soou como uma crítica velada a membros da oposição que agora apoiam a saída de Moraes, Pacheco mencionou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que limita o poder de decisões monocráticas dos ministros do STF, aprovada no Senado, mas que permaneceu estagnada na Câmara dos Deputados até recentemente. Ele apontou a contradição dos que pedem o impeachment, mas se mantiveram em silêncio sobre essa PEC, sugerindo que o objetivo desses atores não seria a solução de problemas institucionais, mas sim ganhar destaque nas redes sociais por meio de posturas extremadas e desestabilizadoras.

A declaração de Pacheco reflete sua intenção de manter a estabilidade política e institucional do país, evitando decisões precipitadas que possam gerar crises ainda maiores no cenário nacional.


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