Até dezembro, mais de 10 mil mudas de árvores de diversas espécies serão plantadas no Parque Ursulina de Andrade Melo, na região da Pampulha, para ajudar na recuperação da área afetada por um grande incêndio ocorrido em julho deste ano. A ação, realizada pela Fundação de Parques Municipais e pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, começou neste sábado 9 , com o plantio de mudas cuidadosamente selecionadas para o local.
Os trabalhos de reflorestamento, iniciados há dois meses, visam recuperar aproximadamente 60 mil metros quadrados de área queimada. Até o momento, 950 mudas foram plantadas, e mais 9.200 serão adicionadas entre este sábado e o dia 21 de dezembro. Com esta iniciativa, quase toda a área afetada pelo incêndio será revitalizada.
A ação deste sábado contou com o apoio de moradores da região, que também participarão do plantio. As mudas, com altura entre 40 e 60 centímetros, foram selecionadas para se adequarem às condições específicas do parque. A equipe responsável realizará manutenção constante, incluindo rega, remoção de ervas daninhas e substituição de mudas, caso necessário, nos próximos três anos.
Esse projeto de reflorestamento busca não apenas recuperar a flora, mas também criar um ambiente propício à fauna local. “Estamos intensificando a revitalização do Parque após o incêndio. Além do envolvimento de órgãos municipais, contamos com a participação da comunidade, que exerce um papel fundamental na proteção da área. Nosso planejamento visa a recuperação de espécies apropriadas à região e o retorno da fauna local”, afirma Gelson Leite, presidente da FPMZB e secretário interino de Meio Ambiente.
O incêndio de julho destruiu cerca de 60 mil metros quadrados do parque, e as investigações indicam a possibilidade de incêndio criminoso. O parque ainda se recuperava de um incêndio anterior, ocorrido em 2020, mas a área em recuperação anteriormente não foi afetada.
Um inventário preliminar feito em 2021 pelo Jardim Botânico da FPMZB identificou 188 espécies de plantas vasculares no parque, com destaque para copaíbas, ipês e sibipirunas, além de espécies raras na região, como a braúna e o jequitibá. A variedade de espécies reforça a importância do parque para a criação de um corredor ecológico na região da Pampulha, conectando-se a outras áreas verdes, como a Estação Ecológica da UFMG e a Zoobotânica, o que facilita o fluxo genético e expande o habitat para a fauna local.
Foto: Marcelo Martins