O processo de construção das chapas majoritárias e proporcionais está chegando ao fim com a proximidade do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para a realização das convenções partidárias, que é de 20 de julho a 5 de agosto.
A convenção é a etapa que antecede ao registro das candidaturas junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) e é quando se definem os números de votação de cada candidato. Em 15 de agosto, as 32 legendas registram as candidaturas e, a partir do dia 16, dá-se início a campanha eleitoral.
Nestas eleições, os partidos se organizaram em três federações, que vão realizar uma convenção unificada presencial, on-line ou híbrida, para, depois, registrarem uma chapa única. Alguns partidos que compõem as federações vão realizar, também, suas próprias convenções partidárias, antes da convenção da federação.
Durante esse processo de composição das chapas, que envolve muitas negociações entre os partidos e seus principais caciques, alguns cenários ainda se encontram totalmente indefinidos, mesmo que o prazo final esteja cada vez mais curto.
A única chapa que já está totalmente definida é a que conta com o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), como pré-candidato a governador de Minas Gerais, o deputado estadual André Quintão (PT) como pré-candidato a vice-governador e o atual senador Alexandre Silveira (PSD) que tentará a reeleição.
Porém, as vagas dos dois suplentes de senador continuam indefinidas, e também têm que ser decididas dentro do prazo de realização das convenções. A convenção da federação que uniu PT, PV e PCdoB está marcada para para 24 de julho.
Impasses
No caso do Partido Novo, a convenção vai encerrar o imbróglio em torno da vaga de vice-governador e senador na chapa majoritária que tem o governador Romeu Zema disputando a reeleição.
Essa convenção, que está marcada para 23 de julho, resolve não apenas a situação de indefinição dentro do próprio Novo, que ainda cogita a possibilidade de lançar o ex-secretário-geral de Estado, Mateus Simões, como candidato a vice-governador, mas põe fim à novela que vem ‘tumultuando’ a vida de outros partidos.
Na última sexta-feira (15), o governador Romeu Zema convidou Marcelo Aro (PP) para a vaga de pré-candidato ao Senado na chapa. Quanto à vaga de vice na chapa de Zema, é um assunto que tem movimentado o cenário político nos últimos meses, com nomes anunciados e descartados, causando mal-estar e desavenças políticas.
A ideia de se lançar o nome do jornalista Eduardo Costa (Cidadania), por exemplo, implica na anuência do PSDB, que está federado com o Cidadania. Mas, desentendimentos entre um dos caciques do Novo, Mateus Simões, e as lideranças tucanas, como o presidente da legenda, o deputado federal Paulo Abi-Ackel, e o pré-candidato a governador, Marcus Pestana, devem inviabiizar um acordo nesse sentido.
A convenção da federação composta por PSDB e Cidadania deve ocorrer uma semana após a convenção do Novo, em 30 de julho.
Outra chapa majoritária que ainda tem as vagas de vice e senador indefinidas é a do ex-deputado federal Marcus Pestana (PSDB). Um dos nomes cotados para ocupar a vaga de vice é o do ex-prefeito de Uberaba Paulo Piau, do MDB, que também ainda não definiu a data de sua convenção.
Time Bolsonaro
Já o PL, depois de uma conturbada novela envolvendo o presidente Jair Bolsonaro, que ficou à espera de um aceno positivo do governador Romeu Zema para a reedição da parceria que os elegeu em 2018 – aceno este que não veio -, acabou por se definir. O senador Carlos Viana emplacou como pré-candidato ao governo de Minas e o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio como pré-candidato ao Senado. A vaga de vice segue em aberto, mas será definida na convenção do partido, a ser realizada em 20 de julho.
PSOL e Rede
A terceira e última federação, composta por Psol e Rede, não deve lançar candidatura majoritária, saindo em apoio ao nome do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), que tem como aliado o PT, uma vez que o deputado estadual André Quintão ocupa a vaga de vice-governador na chapa. O senador Alexande Silveira (PSD) vai tentar a reelição. A federação Psol e Rede vai realizar sua convenção em 31 de julho. Já o PSD, de Kalil, fará a convenção uma semana antes, em 24 de julho.
Convenção aponta número de cada candidato
Durante as convenções partidárias, além das chapas proporcionais e majoritárias, são definidos, também, os números dos candidatos que, nestas eleições, vão disputar as vagas de senador, deputado federal e estadual.
Os números com os quais os candidatos irão concorrer nas eleições geralmente são definidos por sorteio. Mas nem sempre é o que ocorre. Em alguns casos, a direção dos partidos define as regras que, geralmente, beneficiam os correligionários veteranos e os que têm mandato e vão disputar novamente.
Outro critério é que deve ser respeitado o direito de preferência para candidatos de utilização do número que lhes foi atribuído em eleição anterior, quando forem concorrer ao mesmo cargo, pelo mesmo partido.
Aqueles que já estão em mandato de senador, deputado federal e estadual poderão utilizar o número de preferência ou requerer novo número ao órgão de direção do partido político.
Autonomia
Cada legenda disciplina as próprias regras. Umas podem ter um regimento interno para a convenção, já outras podem ter normas mais abertas e com poder da executiva para resolver impasses. A atual legislação dá autonomia absoluta aos partidos para estas decisões.
Datas das Convenções
Confira o calendário das federações e dos partidos em Minas Gerais
20/7
Patriota
PL
21/7
PSTU
23/7
Avante
Novo
PMN
PRTB
PTB
Republicanos
24/7
PCB
PSD
Federação PT-PCdoB-PV
27/7
DC
30/7
Federação PSDB-Cidadania
MDB
PDT
Solidariedade
31/7
PSB
Federação PSOL-Rede
4/8
Podemos
5/8 PP
Outros (*)
Agir
PCO
PMB
PROS
PSC
União Brasil
UP
* Os partidos acima foram procurados e não atenderam às lidações ou não haviam definido a data de suas convenções até o fechamento desta reportagem