A Polícia Federal encontrou indícios de que Jair Bolsonaro teria recebido informações de uma “Abin paralela” durante a gestão de Alexandre Ramagem na Agência Brasileira de Inteligência.
Esses elementos foram apresentados à Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal, sendo aprofundados nas próximas diligências, com novas provas coletadas nas buscas contra Ramagem e Carlos Bolsonaro.
As investigações indicam que documentos da Abin paralela eram entregues ao Palácio do Planalto durante o mandato de Bolsonaro. Há também suspeitas de que Ramagem abasteceu Bolsonaro com informações da PF do Rio.
A PF investiga ainda se o ex-ministro Augusto Heleno tinha conhecimento e deu aval para as operações de espionagem ilegal conduzidas por Ramagem.
Dossiês encontrados sugerem que o material era produzido para destinatários fora da Abin, possivelmente no Palácio do Planalto.
As pressões de Bolsonaro sobre a PF, iniciadas em agosto de 2019, culminaram na saída de Sergio Moro em abril de 2020, devido ao desejo do presidente de obter informações sobre investigações em andamento na corporação.
A defesa de Bolsonaro não se manifestou, enquanto ele chamou a investigação de “narrativa” e elogiou Ramagem em uma transmissão ao vivo.