O depoimento do ex-comandante do Exército, Freire Gomes, à Polícia Federal nesta sexta-feira é considerado crucial para esclarecer o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro nas discussões sobre a minuta do golpe.

Este depoimento é parte de uma série de investigações que buscam entender a extensão do papel de Bolsonaro e de seus aliados militares nas discussões e possíveis planos golpistas durante seu mandato.

De acordo com relatos, Gomes participou ativamente das conversas sobre a minuta do golpe com Bolsonaro, mas recusou-se veementemente a apoiar qualquer tentativa golpista. Sua recusa irritou os militares aliados do ex-presidente, especialmente o general Braga Netto. Esse posicionamento de Gomes levanta questões sobre o quanto ele estava ciente das intenções de Bolsonaro e até que ponto ele resistiu às pressões internas.

Além disso, o depoimento também abordará a questão dos acampamentos em frente aos quartéis, especialmente em Brasília.

Gomes terá que explicar sua ordem para não desmobilizar o acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.

A Polícia Federal busca esclarecer se essa decisão foi tomada de forma autônoma por Gomes ou se foi uma ordem recebida de uma instância superior. Esse aspecto é fundamental para entender como as instituições militares responderam às tensões políticas durante o governo Bolsonaro.

É importante destacar que Gomes será ouvido como testemunha e não está sendo investigado diretamente. No entanto, sua posição e suas ações durante o governo Bolsonaro serão objeto de análise, já que ele ocupava uma posição de destaque dentro do Exército e poderia ter tido um papel significativo na prevenção de potenciais abusos de poder.

A avaliação dos investigadores também se concentra em compreender por que Gomes não denunciou as atividades suspeitas ocorrendo dentro do governo, mesmo que ele tenha resistido a participar delas.

Em suma, o depoimento de Freire Gomes é considerado um importante passo para esclarecer as complexas dinâmicas políticas e militares durante o governo Bolsonaro, especialmente no que diz respeito às discussões sobre possíveis ameaças à democracia.


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