A Procuradoria-Geral da República (PGR) começará, na próxima semana, a análise do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outras 36 pessoas. O procurador-geral e sua equipe avaliarão as conclusões da Polícia Federal (PF) para decidir se apresentarão denúncia, arquivarão o caso ou solicitarão novas diligências.

Essa é a terceira vez que a PF aponta indícios de crimes atribuídos a Bolsonaro. Em julho, a corporação concluiu que ele teria praticado peculato, lavagem de dinheiro e associação criminosa em um esquema envolvendo joias recebidas da Arábia Saudita. Em março, foi indiciado por inserção de dados falsos e associação criminosa em um esquema de fraude de cartões de vacinação contra a Covid-19.

Até o momento, a PGR não apresentou denúncias contra o ex-presidente nos casos anteriores. Durante o período eleitoral, a instituição adotou uma postura de cautela, evitando que possíveis acusações interferissem nas eleições municipais. Essa estratégia também foi aplicada a outras investigações sensíveis que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF).

Com o fim das eleições, os processos contra Bolsonaro e os demais indiciados ganharam novo ritmo no STF. Agora, cabe à PGR decidir os próximos passos das investigações conduzidas pela Polícia Federal. As decisões a serem tomadas terão impacto significativo, podendo determinar o curso das responsabilidades criminais do ex-presidente.

Tanto a PF quanto a PGR demonstraram prudência durante o período eleitoral. Contudo, com o cenário político mais estável, a análise dos casos envolvendo Bolsonaro deve avançar de forma mais célere nas próximas semanas. As conclusões da PGR serão determinantes para o futuro do ex-presidente, que enfrenta uma série de investigações em múltiplas frentes jurídicas.

 

Foto: Antônio Augusto/MPF