A possível divulgação de que aliados eram alvo de monitoramento tem gerado pânico no clã Bolsonaro. A investigação da Polícia Federal (PF) e a revelação de nomes e números monitorados pelo esquema de espionagem têm causado preocupação no núcleo da família Bolsonaro. O temor principal é que venha a público não apenas a espionagem de opositores do governo, mas também de aliados e amigos.

Segundo fontes, a PF está analisando uma lista com cerca de 1,5 mil monitoramentos ilegais, enquanto fontes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) mencionam 1,8 mil. O diretor-geral da PF, Andrei Passos, esclareceu que o órgão trabalhava com aproximadamente 30 mil pessoas, mas há dúvidas se esses números representam pessoas distintas ou monitoramentos individuais, o que poderia significar que uma pessoa foi monitorada mais de uma vez.

Nos bastidores, aliados de Bolsonaro não descartam a possibilidade de estarem entre os nomes espionados ilegalmente, atribuindo essa preocupação ao clima de conspiração instigado, principalmente, por Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) junto ao seu pai, Jair Bolsonaro (PL), durante seu mandato.

Há registros de desconfiança generalizada por parte de Bolsonaro, incluindo dúvidas em relação ao vice Hamilton Mourão. Em 2020, Mourão ofereceu seu cargo a Bolsonaro para dissipar acusações de conspiração, assegurando sua lealdade e a função de ser um “seguro” contra movimentos do “Centrão” visando o impeachment. Contudo, as desconfianças persistiram até o fim do governo.

O atual momento é considerado o de maior risco para a família Bolsonaro, sendo que as apreensões de computadores, incluindo o de Carlos Bolsonaro, e a convocação do general Augusto Heleno para depor pela PF aumentam ainda mais as preocupações do clã em relação à operação em curso.


Avatar

administrator