A Cemig anunciou na última quarta-feira (13) uma mudança importante em sua diretoria, com a eleição de Andrea Marques de Almeida como nova vice-presidente de Finanças e Relações com Investidores. O anúncio ocorreu um dia antes de o governo de Romeu Zema (Novo) levar à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) a proposta de privatização da estatal, o que gerou questionamentos sobre o momento da decisão.

Andrea, ex-executiva da Vale S.A., assumirá o cargo em 2 de dezembro, substituindo Leonardo George de Magalhães, que ocupava a posição desde março de 2020. Em comunicado ao mercado, a Cemig destacou a importância de Magalhães na recuperação econômico-financeira da companhia e agradeceu sua atuação.

A nova vice-presidente traz um currículo robusto, incluindo passagens como vice-presidente de Finanças e Estratégias do Santander Brasil e como diretora de Finanças e Relações com Investidores da Petrobras entre 2019 e 2021, período em que foi reconhecida internacionalmente pela Forbes como uma das mulheres mais poderosas do mundo.

Na quinta-feira (14), o vice-governador Mateus Simões apresentou pessoalmente à ALMG o projeto de lei para privatizar a Cemig. A proposta do governo Zema busca transformar a estatal em uma corporation, modelo em que não haveria um controlador majoritário definido, mantendo o Estado de Minas Gerais com 17,04% das ações e poder de veto em decisões estratégicas.

No mesmo dia, a Cemig informou à Comissão de Valores Mobiliários e à Bolsa de Valores de São Paulo sobre o recebimento de um ofício da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico confirmando a chegada da proposta à ALMG.

A proximidade entre o anúncio da nova vice-presidente e a entrega da proposta de privatização levantou especulações sobre a relação entre os dois movimentos. Questionada, a Cemig afirmou que a mudança foi comunicada em um fato relevante divulgado ao mercado, sem mencionar qualquer ligação direta com o projeto de privatização.

Enquanto o governo defende que a transformação da Cemig em uma corporation aumentará sua competitividade e eficiência, a troca na liderança financeira pode sinalizar uma estratégia alinhada a esse novo momento da empresa. As próximas semanas serão decisivas para o futuro da companhia e do setor elétrico em Minas Gerais.

Foto: Clarissa Barçante


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