A votação da urgência para o projeto que regulamenta as redes sociais servirá como primeiro teste do tamanho da bancada de apoio ao governo Lula na Câmara dos Deputados. A intenção do Planalto é aprovar a urgência hoje e levar a proposta ao plenário na próxima semana.
O governo Lula tem 81 deputados federais, entre os eleitos pelo PT e pela federação PSOL/PCdoB. Já o PL, principal sigla da oposição ao Executivo, tem 99 deputados.
Para aprovar o projeto, são necessários 257 votos. Por isso o governo depende do apoio do centrão e de outros partidos. Em abril do ano passado, o mesmo requerimento foi votado e derrotado em plenário, com apenas 249 votos.
Aliados têm respondido recorrentemente que o tamanho da base do governo seria respondido em votação no plenário.
Interlocutores do próprio PT afirmam que só votando projetos para saber, no fim das contas, quem está fechado com o Palácio do Planalto.
Em caso de aprovação do PL, seria uma vitória do governo no primeiro projeto de repercussão. Além disso, representaria a derrota da oposição em um assunto pelo qual fizeram uma intensa mobilização nos últimos dias.
O pedido de urgência do projeto faz com que a proposta não tenha de passar por uma comissão especial, indo direto à votação em plenário e acelerando o processo.
Também funcionará como um termômetro para saber a adesão do Centrão às pautas do governo.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), trata do caso pessoalmente e usa o contexto de violência nas escolas para tentar ampliar o apoio entre as bancadas.
O relator apresentou o texto final aos líderes hoje para tentar um acordo, mas a análise do projeto acabou ficando para a semana que vem.
Hoje ainda Lira se encontra com o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, que também leva sugestões para o texto.
O PL é ferramenta importante contra o crescimento exponencial da desinformação e da desintegração social. O projeto é essencial no combate à extrema direita, seus discursos de ódio e ao golpismo.Bancada do PSOL na Câmara.