O senador Renan Calheiros (MDB-AL) fez um alerta hoje ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o orçamento secreto. Após fazer uma série de críticas a esse tipo de emenda, Calheiros afirmou que, se Lula não acabar com o orçamento secreto, será o próprio orçamento secreto que irá acabar com o governo.

Se o Lula não acabar com o orçamento secreto, o orçamento secreto vai acabar com ele [Lula]. É impraticável você conviver na presidência da República com o orçamento secreto”, disse.

Após afirmar que o orçamento secreto “acabou com os investimentos no Brasil”, o senador também fez críticas ao atual presidente, Jair Bolsonaro (PL).

O Bolsonaro deixou de ser presidente a partir do momento em que adotou o orçamento secreto porque ele retira as competências e prerrogativas do governo e transfere o endereço para os pedidos dos entes da Federação para o Congresso Nacional. O presidente não tem função”.

Renan Calheiros ainda chamou o orçamento secreto de “absurdo” e citou o exemplo do próprio presidente Bolsonaro, que acabou ficando sem dinheiro e, consequentemente, na mão do Senado para conseguir empréstimos.

No orçamento passado, tinham reservado R$ 51 bilhões para o orçamento secreto e tinham destinado desse orçamento secreto R$ 8 bilhões para o presidente da República.

O Bolsonaro entregou os R$ 8 bilhões que caberiam a ele no orçamento secreto, não teve coragem de sustentá-lo e ficou sem dinheiro nenhum.

A única maneira de atender pedidos que recebia de governadores aliados era autorizando empréstimos que são aprovados pelo Congresso. Isso é um esvaziamento completo das relações e dos poderes”.

Ninguém votará contra [a PEC da Transição]. Nós corremos um risco de aprovar tanto uma PEC quanto uma Medida Provisória por unanimidade porque está caracterizada como um interesse nacional”, afirmou o senador.

Ele também afirmou que fazer isso e aprovar uma eventual PEC ainda durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) é essencial, e também fez críticas ao atual presidente ao afirmar que ele não se preocupou com a continuidade do benefício para o próximo ano.

Tem que resolver isso ainda no governo Bolsonaro, que não demonstrou nenhum compromisso com a continuidade do pagamento do programa e do acréscimo do Auxílio Brasil ou mesmo a inclusão dessa primeira infância, que é uma medida prometida por Lula que vai ser implementada”.

Eu vou continuar ajudando [mesmo se Lula se aproximar de Arthur Lira]“, disse o senador sobre um eventual apoio de Lula e do PT a uma reeleição de Arthur Lira (PP) à presidência do Congresso.

Renan também falou sobre uma eventual aliança com o União Brasil para que seja formada a maior bancada do Senado.

Há uma possibilidade muito grande de que esses dois partidos venham a formar um bloco, e se esse bloco acontecer será sem dúvida nenhuma o maior bloco do Senado Federal com 20 senadores”.


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