Após o depoimento do advogado Rodrigo Tacla Duran nesta terça-feira ao juiz Eduardo Appio, titular da 13a. Vara Federal de Curitiba, o deputado federal Rogério Correia (PT-MG), apresentou e aprovou requerimento na Comissão de Administração e Serviço Público da Câmara Federal, convidando Tacla Duran para esclarecer as informações prestadas.
Duran falou ao juiz na condição de testemunha arrolada pelo ex-vice-presidente do Equador Jorge Glas, que responde a processo em seu país por denuncia encaminhada pela força-tarefa coordenada por Deltan Dallagnol, hoje deputado federal.
Tacla Durán deu detalhes do esquema de venda de proteção existente em Curitiba, desde o caso Banestado.
Ele disse que foi orientado pelo doleiro Wu Yu Sheng, conhecido como “Chinês”, a procurar o advogado Marlus Arns, parceiro de Rosângela Moro em ações da Apae e da chamada Máfia das Falências.
O Wu Yu Sheng, segundo ele, pagou 500 mil dólares ao esquema e não foi denunciado por procuradores.
Ele também citou a empresa Perkons S.A., que tem a concessão para explorar serviço de radar de trânsito o Paraná.
A empresa foi citada na delação do operador Adir Assad, que chegou a ser preso. Mas seus diretores não foram investigados, apesar dos detalhes dados por Assad.
Segundo Tacla Duran, a razão é que o advogado da Perkons era Carlos Zucolotto Júnior, padrinho de casamento de Sergio e Rosângela Moro.
Tacla já havia dito em outro depoimento que Zucolotto exigiu 5 milhões de dólares em troca de benefícios em delação premiada.
Ele depositou 612 mil dólares na conta do escritório de Marlus Arns.
Tacla Durán também deu o número de conta bancária no exterior de Antônio Figueiredo Basto, advogado de Alberto Youssef, onde doleiros, segundo ele, depositavam propina desde o caso Banestado.
Segundo ele, uma das remessas foi entregue ao procurador da república Carlos Fernando dos Santos Lima, chamado de decano da Lava Jato e uma espécie de mentor de Deltan Dallagnol.