Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que o governo está no caminho para cumprir a meta fiscal de 2024, ainda que próximo ao limite inferior estabelecido. Ele explicou que o 4º Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, que será divulgado nesta sexta-feira, 20, trará maior clareza sobre as expectativas para atingir a meta de zerar o déficit público, com uma tolerância de 0,25 ponto percentual em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Ceron ressaltou que o relatório incorporará os efeitos da compensação pela desoneração da folha de pagamentos e a revisão para cima do crescimento do PIB, fatores que devem impactar positivamente a arrecadação. Ele mencionou, ainda, que medidas adicionais, como a inclusão de dividendos de estatais, podem ser contempladas no relatório, consolidando o cenário fiscal para a reta final do ano.
Em relação às frustrações de receitas, como as advindas do Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf), o secretário afirmou que o governo já fez os ajustes necessários nos relatórios anteriores e que a equipe apresentará as explicações de forma serena e detalhada. Ceron também minimizou a necessidade de grandes bloqueios orçamentários, prevendo um valor adicional de bloqueio em torno de R$ 5 bilhões.
Quando questionado sobre o impacto das recentes elevações dos juros pelo Banco Central e o pessimismo do mercado com a situação fiscal, Ceron afirmou que esses fatores não devem influenciar as agências de classificação de risco, que estão mais focadas na capacidade do Brasil de honrar suas obrigações a longo prazo. Ele destacou que o crescimento econômico tem superado as expectativas, o que deve contribuir para um ambiente mais favorável na reta final do ano.
Ceron também enfatizou que o governo tem sido mais preciso do que o mercado em suas projeções econômicas, principalmente no que diz respeito às despesas com a Previdência e o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Apesar das surpresas com essas despesas, ele acredita que o governo está lidando adequadamente com os desafios fiscais e garantiu que o relatório bimestral consolidará o cenário para 2024.
Com informações do Estadão