O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou nesta terça-feira (19) que não pretende concorrer à Presidência da República em 2026. “Não serei candidato”, declarou. “Ninguém fala por mim”, completou, rebatendo especulações sobre sua possível candidatura.
Apesar das declarações públicas, Tarcísio tem dito a aliados que aceitaria disputar o pleito caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o indicasse. Segundo integrantes do governo paulista e membros do PL, o governador prefere tentar a reeleição em São Paulo, considerando que suas chances de vitória são mais favoráveis no estado.
Mesmo com a queda na popularidade do presidente Lula (PT) em um cenário nacional, o governador avalia que uma candidatura ao Palácio do Planalto representaria riscos. Pesquisa Quaest divulgada no início do mês apontou que, em uma simulação de segundo turno contra Lula, Tarcísio teria 34% das intenções de voto contra 43% do atual presidente.
Nesta segunda-feira (17), Tarcísio participou de um evento do PL em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde reforçou que Bolsonaro continua sendo o candidato natural da direita para 2026. “Nossa responsabilidade é trabalhar para que, em 2026, a prosperidade e a esperança retornem. E a nossa esperança é a maior liderança da direita, que hoje está no PL e que vai voltar a ser o nosso presidente da República, que é Jair Messias Bolsonaro”, afirmou.
O discurso, no entanto, ignorou a inelegibilidade de Bolsonaro, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder durante a campanha de 2022. A decisão teve como base o uso político das celebrações de 7 de Setembro e declarações falsas sobre as urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores.
Tarcísio já havia afirmado que o candidato da direita em 2026 seria Bolsonaro “ou quem ele indicar”, deixando aberta a possibilidade de seu nome entrar na disputa. No ano passado, também havia sinalizado a aliados que não negaria um pedido do ex-presidente para concorrer à Presidência.
Após a divulgação de uma pesquisa Datafolha que apontou queda na aprovação de Lula e um encontro com Bolsonaro no último fim de semana, Tarcísio reafirmou a aliados que aceitaria a candidatura caso fosse convocado pelo ex-presidente. Segundo fontes, Bolsonaro mencionou a possibilidade de uma nova condenação criminal contra ele, relacionada a um suposto plano golpista no final de seu mandato.
De acordo com um integrante do governo paulista, Tarcísio mantém uma postura de lealdade e respeito à hierarquia, características herdadas de sua formação militar. Esse fator o impede de se posicionar de forma mais assertiva sobre sua candidatura. Entretanto, seus aliados avaliam que ele ainda não tomou uma decisão definitiva sobre concorrer ao Planalto em 2026.
Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP