Salvo o acaso, resta a Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) cumprirem tabela até que Lula ou Bolsonaro se eleja presidente no primeiro ou no segundo turno da eleição de outubro.

Nas três vezes anteriores em que concorreu, Ciro, pelo menos, foi o candidato mais votado no seu Estado, o Ceará. Desta vez, arrisca-se a ser derrotado ali por Lula, e briga com a própria família.

PDT e PT eram aliados. A aliança foi rompida por Ciro com o lançamento da candidatura ao governo de Roberto Cláudio (PDT), ex-prefeito de Fortaleza. Dois dos seus irmãos foram contra. Ivo Gomes, prefeito de Sobral, e Cid, senador, faltaram ao evento para marcar sua discordância. No caso de Cid, ele nem mesmo foi ao lançamento da candidatura de Ciro em Brasília.

Os dois apoiavam a candidatura à reeleição da atual governadora Izolda Cela (PDT), que sucedeu a Camilo Santana (PT), de quem era vice. Santana é candidato ao Senado.

O candidato do PT ao governo deverá ser Elmano de Freitas, deputado, apoiado por Santana, e que terá como vice um nome indicado pelo MDB de Eunício Oliveira, inimigo de Ciro.

O divórcio entre o PDT e o PT favorece a candidatura ao governo do Capitão Wagner (União Brasil), apoiado por Bolsonaro, mas que tenta não se colar muito em Bolsonaro com medo de perder.

Lula está à procura do senador Tasso Jereissati, dono do PSDB cearense, interessado em duas coisas: em um vice do seu partido para Elmano, e no apoio de Jereissati a ele mesmo, Lula.

Simone ainda não perdeu a esperança de contar com Jereissati como seu candidato a vice, mas está ficando difícil. O PSDB nacional, que a apoiaria, caminha para não a apoiar oficialmente.

Jereissati perdeu a fé nas chances de Simone crescer nas pesquisas eleitorais. O PSDB esperava que o MDB de Simone apoiasse seu candidato ao governo do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite.

E, até agora, o apoio que era bom não teve. O MDB está fazendo Simone de boba. Uma parte do MDB apoia Lula, outra parte, Bolsonaro, sobra pouca coisa para Simone.