O secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo, afirmou em entrevista ao Em Ponto, nesta sexta-feira (5), que a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tinham uma previsão de qual seria o roteiro dos ex-foragidos de Mossoró.

“Retirada a força nacional, o trabalho da inteligência foi perseguir o lugar onde eles passavam. Eles pretendiam ir para o exterior. Isso estava no radar da PF e da PRF. Com tudo isso, nós fomos monitorando, não sabíamos onde estavam, mas tínhamos uma ideia muito segura de qual seria o roteiro”.

Além disso, o secretário declarou que a fuga – que durou 50 dias – “foi um episódio isolado, e a partir do momento da fuga, com as notícias, evidente que eles passaram a ter algum tipo de auxílio de facção criminosa”.

Sarrubbo não detalhou qual foi o tipo de auxílio, apesar de os homens serem ligados ao Comando Vermelho, facção de Fernandinho Beira-Mar, que estava preso na unidade federal de Mossoró e, em 2 de março, foi transferido para Catanduvas (PR).

“Aquelas primeiras semanas, eles estavam praticamente cercados em um determinado perímetro. Houve uma dificuldade também para eles. É evidente que chegamos a estar muito próximos. (Mas) insisto, local difícil, uma série de circunstâncias atrapalharam a Força do Estado e com o apoio que eles acabaram tendo, eles escaparam do perímetro”, afirmou Sarrubbo.

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, também disse ontem que eles receberam ajuda de outros criminosos. “Os fugitivos estavam em um verdadeiro comboio do crime. Foram apreendidos 3 carros e diversas armas”.

Captura de Rogério e Deibson

A Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal recapturaram na quinta-feira (4), em Marabá (PA), os dois fugitivos que haviam escapado da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Eles foram presos em uma ponte que atravessa o rio Tocantins, em Marabá, no Pará, a 1,6 mil quilômetros de distância do presídio de Mossoró.

Os dois fugitivos ficaram em silêncio durante depoimento à PF, após a recaptura. Ambos retornam à Penitenciária de Mossoró após a captura. Sarrubo destacou também que os erros que existiam na prisão já foram corrigidos e que está “muito tranquilo quanto a segurança (do presídio)”.

Sarrubbo afirmou ainda que, apesar de terem conseguido prender, “50 dias não é o ideal”. Porém, destacou que a prisão dos criminosos é a “mais absoluta demonstração que o modelo (de união entre as forças nacionais – como a PF e a PRF) é o correto”.


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