O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) adiou o depoimento do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) no processo que pode levar à cassação do seu mandato. O ex-juiz da Operação Lava Jato seria ouvido na quinta-feira, 16, por videoconferência. O depoimento agora está previsto para o dia 7 de dezembro.

O advogado Luis Felipe Cunha e o empresário Ricardo Augusto Guerra, suplentes do senador, e o deputado cassado Deltan Dallagnol também serão ouvidos.

Os depoimentos foram adiados porque os investigados devem falar por último, após a reunião de todas as provas, e o Podemos enviou documentos fora do prazo.

O partido está habilitado no processo como “terceiro interessado”, ou seja, não é parte, mas foi notificado a contribuir com a ação. A Justiça Eleitoral pediu ao diretório nacional dados sobre gastos de campanha. Documentos complementares compartilhados pelo partido chegaram com atraso.

O desembargador Dartagnan Serpa Sá, relator do caso, afirmou que a “juntada extemporânea” de provas tem o “condão de tumultuar o andamento processual“, mas também não descartou uma falha técnica.

O magistrado autorizou o adiamento dos depoimentos para que as defesas pudessem analisar toda a documentação “em tempo hábil à oitiva”. “Conforme destacam os investigados, a juntada ocorrida posteriormente à designação das audiências pode vir a causar prejuízo ao exercício da ampla defesa pelas partes”, escreveu.

O Podemos foi o primeiro partido a filiar Moro quando o ex-juiz entrou oficialmente na vida político-partidária.

Ele migrou ao União Brasil, após ver derreterem suas chances de vitória na corrida presidencial, para lançar candidatura ao Senado. Moro rivalizou e venceu o ex-senador Álvaro Dias, um dos idealizadores de sua campanha.


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