Romeu Zema é assim uma espécie de mito ? Fatal em território mineiro bem ao gosto dos (líderes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), ávidos por dinheiro e, como ele, preocupados por demais com eventuais lucros e sem tempo para se importar com outras situações preocupantes e vitais.
Em outras encarnações o Midas de Araxá em gestos similares ao homônimo gerador do seu epíteto preocupa-se apenas em transformar tudo o que põe a mão em dinheiro. Lógico, as explicações dadas são as de que os benefícios se reverterão a favor do povo, porém sem as análises de questões fundamentais.
Não me canso de dizer serem Minas Gerais “uma unidade federada paupérrima em função da exuberante riqueza do solo que possui”. Trazendo em seu subsolo a marca de iniquidades mil a beneficiar outros potentados em sacrifício dos mineiros, de Felipe dos Santos a Tiradentes, sequenciando uma série infindável de outros mártires.
Nem sei se ele já ouviu falar ou de moto próprio transforma em meta fundamental de vida ignorar a falsidade da teoria do Estado ser isento de terremotos. Como se o Criador, num lapso de descuido a beneficiar os gananciosos, tivesse isentado esse trecho fronteiriço de regras gerais da criação. Acredito que ele, Zema, sabe.
Então avante ele e sua horda de bárbaros e pouco preocupados na tarefa de destruir. Parece, não importando o destino de mais ninguém enquanto provido forem determinados talonários de cheques resultantes das chamadas urnas eleitorais.
Não conheço pessoalmente o senhor governador Romeu Zema. Dele só ouvi falar quando o mesmo democraticamente se elegeu.
Razão suficiente para não querer incomodá-lo. Respeitando integralmente seu direito democrático de defesa se assim o desejar, em lugar ocupado no mesmo espaço de matéria e por quanto tempo esta e outras vierem a surgir. Só entendo jornalismo em padrão deste nível. Valendo também para outros citados.
Tremores de terra existem no Brasil
“Um mito que existe no Brasil é o de que não há terremotos no País. Os tremores, na verdade, existem, mas em geral são muito pequenos e não geram danos. Segundo o professor George Sand, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), até março de 2011 somente dois terremotos no território nacional havia passado de 6 graus na escala Richter: em Porto dos Gaúchos (MT), com 6,2 graus, e em Vitória (ES), com 6,1, ambos em 1955.”
Tais dados são encontrados no You Tub, não se levando tempo praticamente nenhum para localizá-los. O especialista lembra que os registros dos episódios sismológicos de então na ocasião foram feitos fora do País. Praticamente não existiam equipamentos adequados por então no Brasil.
É de se ressaltar que tendo ocorrido em região então pouco habitada o fenômeno causou espanto e medo, mas o abalo sísmico não matou ninguém. Em Vitória os danos foram pequenos. Principalmente por o epicentro ter se registrado no mar, a 300 quilômetros da costa, de acordo com o pesquisador os prédios somente balançaram.
Sandd explica ainda a existência de “pequenas falhas geológicas no território brasileiro”, entretanto outros autores mostram outros exemplos. Um profissional que pediu para não ser identificado comentou que não faltam exemplos. A linda cidade sul-mineira de Poços de Caldas é uma das mais visíveis, construída na cratera de um vulcão extinto de larga magnitude.
Ele frisa em suas ponderações: “O primeiro abalo acontecido no Brasil, em janeiro de 1824, foi em Minas Gerais.” São apontados em vários estudos sete terremotos de maior dimensão ocorridos no Brasil. Mesmo o Brasil não sendo tão frágil a este tipo de fenômeno a ação do homem, por ganância e má informação insiste em ampliar a tese.
O Brasil não é uma região vulnerável a sofrer esses tipos de abalo, pois está localizado no centro da placa aqui da América do Sul. Bastante conhecida à voracidade do governador Zema por privatizar, o mesmo, por culpa dele próprio ou de seus assessores mais próximos ou do grupo dirigente do problema centralizam falhas.
“Os terremotos podem ser causados por falhas geológicas, vulcanismos e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas. A maioria dos abalos sísmicos é provocada pela pressão aplicada em duas placas contrárias. O Brasil não é uma região vulnerável a sofrer esses tipos de abalo, pois está localizado no centro da placa aqui da América do Sul. Apesar disso, já houveram vários casos de terremotos no país. E são lembrados os sete maiores ocorridos por aqui”:
– Mato Grosso (1955, mais precisamente na Serra do Trombador, onde foi detectado um terremoto de 6,6 graus na escala Richter, o maior em toda a história do Brasil); no mesmo ano, a cidade de Vitória (ES) foi atingida por um abalo sísmico de 6,3 graus na mesma escala. Reações de susto casas apenas balançaram. Sem ferimentos ou danos.
João Câmara, município do Rio Grande do Norte, foi atingido por uma série de terremotos na década de 1980. O mais grave deles ocorreu em novembro de 86, quando a cidade balançou com um tremor de 5,1 graus na escala Richter, provocando a destruição de quatro mil imóveis.
Na mesma década, Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, viveu os efeitos de um terremoto com magnitude de 5,2 na Escala Richter e foi sentido na Capital. O tremor na localidade de Caraíbas, município de Itacarambi, no norte de Minas Gerais, atingiu 4.9 na escala Richter. Apesar de uma magnitude não tão grande, uma criança de 5 anos morreu e seis pessoas ficaram feridas. Além disso, casas caíram em função do terremoto.
A pequena Jesssiane Oliveira Silva de 5 anos, morreu soterrada pelos escombros da casa onde morava. Técnicos do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília 9 (UNB) a classificaram como a primeira vítima de uma abalo sísmico brasileiro. Um forró ocorrido nas proximidades de Caraíbas e que atraiu muitas pessoas salvou muita gente. Informa-se que a região sofria uma série de abalos.
Em 21 de julho, um abalo de 6,1 graus Richter atingiu uma área de floresta amazônica no Acre. O terremoto mais forte do país foi registrado em 1955, em Porto dos Gaúchos, no Mato Grosso. O abalo chegou a 6,2 graus Richter, mas ocorreu numa área rural e não produziu vítimas.
2. Divisa entre Acre e Amazonas: 6,1 graus (2007)
Um terremoto de 6,1 graus na escala Richter foi registrado entre os estados de Acre e Amazonas em 2007. Não houve registros de mortos e feridos nem danos materiais, apenas depoimentos de pessoas que sentiram o tremor.
1. São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. (2008)
Um terremoto de 5,2 graus de magnitude na escala Richter atingiu diversas regiões de São Paulo. Não houve registros de acidentes. O mais interessante (ou aterrorizante) é que o tremor refletiu nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina.
A classificação de tremores da Escala Richter
3 a 3,9
São percebidos pelos humanos mas não causam danos materiais
Freqüência mundial: 50 mil por ano
4 a 4,9
Têm maior intensidade e, eventualmente, provocam estragos em carros e vidros.
Frequência mundial: 8 mil por ano
5 a 5,9
Causam danos em construções sólidas. Podem provocar rachaduras
Frequência mundial: 1 500 por ano.
6 a 6,9
Causam estragos em um raio de 100 quilômetros. Destroem pontes e estradas
Frequência mundial: 150 por ano.
7 a 7,9
São dez vezes mais fortes que os terremotos de magnitude 6
Frequência mundial: 20 por ano.
8 em diante
São catastróficos. Destroem cidades inteiras e causam milhares de mortes.
Contatos
Mas o assunto, não por iniciativa do governador Zema, vem ganhando assunto, tanto é que o monitoramento de tremores de terra coloca a Unimontes, em Montes Claros – no Norte de Minas Gerais – entre referências do país. O Núcleo de Estudos da universidade passa a disponibilizar boletins mensais sobre os registros sismológicos na região. Os dados referentes ao Norte de Minas no período de 2014 a 2021, e ainda, de janeiro e fevereiro de 2022, já podem ser acessados na seção “Projetos e Serviços” do portal eletrônico da Unimontes.
“Os relatórios oferecem tabelas e mapas explicativos sobre os abalos, com datas, localizações e magnitudes, e com informações também sobre os tremores artificiais, que são gerados pelas detonações de jazidas e pedreiras. Vinculado ao Centro de Estudos de Convivência com o Semiárido (Cecs) e ao Departamento de Geociências, o NES/Unimontes atua na coleta de dados, monitoramento, trabalhos de campo e produção de estudos e pesquisas sobre os tremores naturais e artificiais na área de abrangência da Universidade. O Núcleo funciona no anexo do prédio 6 (Projetos Especiais), no campus-sede, com atendimento presencial de 8 às 12h e de 13h30 às 17h30″.
2015 foi ano de maior incidência de tremores
A divulgação de tal assunto é da própria Unimontes que apresenta o seguinte histórico. “O Norte de Minas teve dois fenômenos sismológicos que chamaram a atenção do Brasil. Em 9 de dezembro de 2007, um tremor de 4.9 na escala Richter foi registrado na comunidade rural de Caraíbas, no município de Itacarambi.
Uma criança morreu com o desabamento de uma parede, sendo a primeira vítima fatal após um abalo sísmico no País. Desde então, o local passou a ser monitorado por um sismógrafo da Universidade de Brasília (UnB).
E, em 19 de maio de 2012, foi registrado um abalo de 4.2 na Escala Richter, considerado o de maior intensidade já ocorrido no município, o que provocou uma série de estudos de especialistas do Brasil e do exterior sobre a causa dos incidentes. A partir de um sistema de nove sismógrafos instalados temporariamente em Montes Claros, foi identificada uma falha geológica sob Montes Claros.
Esta falha possui orientação Norte/Noroeste-Sul/Sudeste (NNW-SSE), com extensão de aproximadamente dois quilômetros, e profundidade entre dois e três quilômetros, abaixo da camada de calcário (mais rasa). Está localizada na região Noroeste da cidade, bem próxima ao Bairro Vila Atlântida.
Em 2014, após a retirada da rede provisória de estações sismográficas de outras instituições, a Unimontes passou a contar com duas estações definitivas e próprias instaladas em Montes Claros: nas dependências do Parque Estadual Lapa Grande e no Haras do Chico (às margens da BR-135, saída para Januária). Os equipamentos foram importados da Inglaterra e financiados pelo Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).
O acesso aos dois locais é restrito a pesquisadores e os dados gerados pela estação são compartilhados para a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), que conta com instituições parceiras da Unimontes como o Observatório de Sismologia da Universidade de Brasília (Obsis/UnB) e o Centro de Sismologia, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP), duas referências nacionais na área.
Para o professor Manoel Reinaldo Leite, coordenador do CECS/Unimontes, além da inserção da Universidade entre as referências científicas do país sobre o tema, o NES amplia ainda mais as possibilidades de estudos sobre a Sismologia para todo o Norte de Minas.
“O monitoramento não se resume somente em registrar o histórico dos tremores em Montes Claros. Há um campo de estudos bem amplo a partir de cada apuração, como, por exemplo, a possibilidade de analisar se há um comportamento de migração dos sismos, o que identificaria mais adiante o possível avanço da falha geológica”, analisa o pesquisador sobre o caso de Montes Claros.
Ao mesmo tempo, o coordenador do CECS destaca nominalmente a importância dos precursores do Departamento de Geociências da Unimontes nos estudos da Sismologia, e que contribuíram para que a instituição se colocasse como parte da Rede Sismográfica Brasileira: professores Anete Marília Pereira, Maria Ivete Soares de Almeida e Expedito José Ferreira. Cita, ainda, os colaboradores das instituições parceiras: os professores Lucas Vieira Barros e George Sand, ambos da UnB, e Marcelo de Assumpção, do IAG/USP.
Público
Responsável técnico pelo NES/Unimontes, o professor mestre Maykon Fredson Freitas Ferreira destaca que, além de contribuir para leituras e cálculos mais precisos sobre a incidência, intensidade, horários e locais dos tremores em Montes Claros e no Norte de Minas, os dados gerados pelo Núcleo atendem a pesquisadores, professores e acadêmicos das áreas de Geografia, Geologia e Engenharias, assim como os órgãos de Gestão Pública que atuam nas áreas de Segurança e Defesa Civil.
No período entre 2014 e fevereiro de 2022, desde a instalação das duas estações sismográficas definitivas e próprias, a Universidade Estadual de Montes Claros registrou 151 tremores naturais de terra em 32 municípios diferentes do Norte de Minas. As maiores incidências foram nos anos de 2014 (26), 2015 (60) e 2016 (36). Em 2017 e 2018 foram 11 abalos naturais em cada ano. E no último triênio, houve uma redução considerável, com apenas sete tremores: 2019 (5), 2020 (0) e 2021 (2).
Destes, apenas sete foram de magnitude considerada mais forte e perceptível na superfície: acima de 3.0 na Escala Richter. Outros 12 tremores registraram magnitude entre 2.5 e 2.9 na mesma escala.
Região do epicentro Unimontes – Divulgação
Os demais, considerados de baixa magnitude, foram abaixo dos 2.4, representando 87,4% do total de registros em quase oito anos de monitoramento contínuo pelo NES/Unimontes.
Nos dois primeiros meses de 2022, não houve tremores naturais em Montes Claros. Mas o relatório de março, a ser divulgado na primeira semana de abril, já terá um registro: o sismo de 2.3 de intensidade na Escala Richter, ocorrido na madrugada do dia 5/3. Quanto aos tremores artificiais, provocados pelas detonações das jazidas de pedras ao redor de Montes Claros, foram 12 em janeiro e 17 em fevereiro, conforme o boletim do NES. Todas estas explosões são previamente agendadas pelas empresas responsáveis pelas pedreiras, inclusive quanto ao dia e horário.
Montes Claros, com 40 abalos nesse período 2014-2022, aparece como o município com o maior número de ocorrências, seguido de perto por Jaíba (38). Outras três localidades também chamam a atenção pela maior incidência de abalos naturais: Itacarambi (12), Januária (7) e Curral de Dentro (6).
Manoel Reinaldo reforça que os estudos sobre Sismologia no Norte de Minas não se resumem a estes números isolados. Ele sugere a possibilidade de se investir em mais equipamentos, em capacitações e intercâmbios para novos desdobramentos práticos – como em políticas públicas – e científicos – com a ampliação do NES/Unimontes. “O Núcleo de Estudos Sismológicos da Unimontes é uma base permanente para os estudos, com reais possibilidades de maior incremento”, acrescenta.
Como exemplo, Maykon Fredson reforça uma necessidade: de pelo menos mais um sismógrafo coordenado pela própria Unimontes. Com três aparelhos, a partir do cruzamento e triangulação de dados sísmicos, a Universidade teria capacidade de calcular a magnitude correta dos tremores, identificar o epicentro de forma precisa e determinar alguns parâmetros da falha geológica.
A incidência maior de tremores nas regiões de Jaíba e de Curral de Dentro também fomentaria mais estudos específicos, até mesmo para se apurar se há correlação entre os abalos registrados em Montes Claros e os destas áreas. “Há particularidades parecidas em termos de relevo e hidrografia, mas ainda é muito cedo para associar estes pontos entre si. Demandaria estudos mais precisos, trabalhos in loco com uma equipe maior e, claro, mais equipamentos, para se chegar a uma causa comum dos abalos nestas outras regiões”, finaliza Manoel.
Outra vertente para mais estudos junto ao NES/Unimontes estaria na criação de um grupo interinstitucional para a geração de dados e a identificação das zonas de risco em Montes Claros, cidade que tem o maior número de registros. “Por mais que os abalos sejam pequenos, as fragilidades serão atestadas na estrutura precária de construções fora dos padrões de segurança, o que provocaria um trabalho do poder público mais intenso para intervenções, diante da probabilidade de riscos sísmicos”, finaliza Manoel.
Sobre o funcionamento do NES/Unimontes, o reitor Antônio Alvimar Souza ressaltou o serviço como uma essencialidade não apenas institucional, mas de interesse público, o que justificaria, por si só, a necessidade de mais parcerias e incrementos tecnológicos.
“A Unimontes já tem a vocação de transformar em ciência as particularidades regionais. No caso específico do Norte de Minas, estudar a Sismologia ficou acima da prestação de serviços e da oferta do conhecimento em prol da comunidade porque é uma questão de segurança, de política pública, de educação das pessoas sobre um aspecto natural que temos que aprender a cada dia como conviver com ele”, acrescenta o reitor.