O vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, afirmou nesta quarta-feira (19) que a venda das quatro hidrelétricas da Cemig à iniciativa privada faz parte da estratégia do governo estadual para viabilizar a federalização da companhia e a adesão ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag). A declaração foi feita durante um evento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.

A resposta de Simões veio após deputados estaduais da oposição solicitarem ao Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) a anulação da venda das usinas. Eles argumentam que a medida enfraquece a Cemig e abre caminho para sua privatização, dificultando a discussão sobre sua federalização para a renegociação da dívida do estado com a União. Simões rebateu as críticas e acusou os parlamentares de buscarem visibilidade na imprensa. “É uma pedra no meio do caminho para tentar aparecer na mídia e ter cobertura”, afirmou.

O vice-governador destacou que a transformação da Cemig em uma corporação é uma condição imposta pelo governo federal para a federalização da companhia. “O ministro Fernando Haddad foi claro ao dizer que não aceitaria a federalização da Cemig se o governo precisasse desembolsar R$ 30 bilhões para isso. A única solução é transformar a Cemig em uma corporação”, explicou.

Simões ressaltou ainda que a venda das usinas permitirá que a Cemig concentre investimentos na distribuição de energia. “A Cemig é uma distribuidora de energia. Quando investe em pequenas centrais hidrelétricas, tira recursos de linhas de transmissão e subestações. A meta do governo Zema sempre foi garantir energia de qualidade na ponta, atendendo cidades, residências e indústrias. Para isso, precisamos de investimentos”, justificou.

O vice-governador também criticou a tentativa da oposição de barrar a nomeação da secretária de Planejamento e Gestão, Luísa Barreto, para a presidência da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge). Parlamentares alegam que a Lei das Estatais impede a nomeação de candidatos derrotados em eleições nos últimos três anos para cargos de direção em empresas públicas.

Simões garantiu que não há impedimento legal e que a escolha de Barreto será mantida. “A lei proíbe a nomeação de gestores partidários ou mandatários, o que não se aplica à secretária Luísa Barreto. Ela é o quadro técnico mais qualificado do governo. Como a Codemge e a Codemig são nossos maiores ativos financeiros para o Propag, precisamos de sua gestão lá”, afirmou.

Por fim, Simões criticou a postura da oposição e sugeriu que os deputados foquem na tramitação do Propag na Assembleia Legislativa. “O projeto que autoriza a federalização da Cemig está na Assembleia desde o ano passado. Espero que os deputados tenham tempo, além de ir ao TCE para dar entrevistas, para discutir temas essenciais como a Copasa e a Cemig, que são fundamentais para a adesão ao Propag”, concluiu.

Foto: Marco Evangelista / Imprensa MG


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