O coronel da Polícia Militar do Distrito Federal Marcelo Casimiro afirmou que a ordem para liberar a Esplanada dos Ministérios para manifestantes veio do coronel Paulo José Ferreira de Sousa, então subchefe do Departamento de Operações da PMDF.
A declaração foi feita durante a CPI dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro da Câmara Legislativa do DF.
O que disse Casimiro?
“O coronel Paulo José me disse para abrir a Esplanada aos manifestantes no dia 8 de janeiro”, afirmou Casimiro. Ele, por sua vez, chefiava o 1º Comando de Policiamento Regional da PMDF no dia dos ataques.
Casimiro disse à CPI que estava de folga no dia 8, mas que foi à Praça dos Três Poderes “quando percebeu a gravidade da situação”: “Estava acompanhando as notícias. Quando soube que o comandante-geral estava no terreno, me desloquei para lá também”, afirmou.
“Não tinha inteligência, não tinha nada”. Casimiro ainda disse que a PMDF não recebeu “nenhum relatório” que pudesse antecipar as intenções declaradas dos golpistas. “Não tinha informação, não tinha análise de risco, não tinha inteligência, não tinha nada. Para um cenário como esse, o efetivo empregado seria suficiente. Mas, depois do fato consumado, sabemos que o número de policiais foi insuficiente”, declarou.
Determinação era para “restaurar ordem”, não “prender pessoas”: “Fazer prisões com equipamento de choque não é fácil. Quando chegamos havia muita gente correndo, não tínhamos como saber quem cometeu o crime. Poderíamos cometer abuso de autoridade ao prender um inocente. Nossa prioridade era restaurar a ordem”, respondeu quando questionado sobre a inação da PMDF nos primeiros momentos.