No cenário de discussões internas do PSD sobre o possível candidato do partido ao governo de Minas Gerais em 2026, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, demonstrou apoio ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Silveira afastou a possibilidade de disputar a indicação partidária com Pacheco e reafirmou seu desejo de trabalhar pela candidatura do senador ao governo mineiro.

“Se o presidente Rodrigo tiver a disposição de concorrer e lutar pelos interesses de Minas Gerais, além de apoiar a reeleição do presidente Lula, quero contribuir para construir uma base sólida para a candidatura dele. Minha vontade é trabalhar para que ele seja o governador”, disse Silveira ao jornal “O Globo”.

O ministro destacou que não enxerga clima para uma disputa interna com Pacheco, a quem atribui “qualidades pessoais, políticas e intelectuais”. Para Silveira, o presidente do Senado está qualificado para “ocupar qualquer cargo na República” e seria um nome forte na disputa pelo governo de Minas. “Acredito que ele tem o potencial de liderar a política no estado e torço para que assuma o protagonismo na eleição para governador. Tenho lealdade e estarei ao lado dele, comprometido em dedicar meu trabalho para ajudá-lo a se eleger”, afirmou.

Apesar do apoio declarado por Silveira, aliados de Pacheco sugerem que o senador possa ter outros planos para seu futuro político. Consideram, por exemplo, uma possível indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou para cargos no Judiciário, já que Pacheco iniciou sua carreira na área jurídica, ou ainda uma posição em um ministério no governo federal. Silveira, questionado se poderia se colocar como uma “opção alternativa” caso Pacheco decida não concorrer, demonstrou uma postura de recuo. “Se Pacheco não desejar, outras opções naturalmente surgirão. Sou mencionado pelo meu histórico, mas prefiro me colocar mais como condutor do processo do que como protagonista. Caso apareça outro nome mais relevante, terá meu apoio e dedicação”, afirmou o ministro.

Silveira reforçou ainda seu comprometimento com o projeto de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que não se incomoda em não disputar cargos eletivos. “Se o presidente Lula decidir se candidatar à reeleição, estarei à disposição para ocupar a posição onde ele acreditar que serei mais útil. Caso ele entenda que eu possa ajudar melhor sem disputar as eleições, coordenando a campanha, aceitarei prontamente.”

O ministro aproveitou para ressaltar a necessidade de uma candidatura do PSD ao governo de Minas em 2026, e aproveitou para criticar o atual governador, Romeu Zema, do partido Novo. Em sua análise, Zema enfraqueceu a relação com os servidores públicos, principalmente os da área de segurança, o que considera um fator prejudicial à governança estadual. “O governador abalou a autoestima dos policiais, o que está resultando em um aumento da criminalidade. Se não houver uma solução, Minas poderá enfrentar problemas de segurança semelhantes aos de outros estados já afetados pelo crime”, avaliou Silveira.

O PSD em Minas Gerais obteve um crescimento significativo nas eleições municipais de 2024, aumentando em 83% o número de prefeituras em relação a 2020. Com 141 prefeituras, o PSD passou a ter uma presença expressiva no estado, bem à frente do Republicanos, que ocupa o segundo lugar com 83 prefeitos eleitos. Esse desempenho reforçou a confiança do partido para a disputa estadual, o que também contribuiu para antecipar o debate sobre a sucessão de Zema em 2026. Além disso, o resultado marca uma nova fase para o PSD mineiro, que pretende manter e ampliar sua força no estado mesmo após a derrota de Alexandre Kalil, ex-filiado ao partido, na disputa contra Zema em 2022.

Ao longo das conversas internas, Silveira tem argumentado que o crescimento do PSD nas eleições municipais de Minas Gerais e o desejo de fortalecimento do partido no cenário estadual tornam fundamental a construção de uma candidatura sólida para o governo estadual. Silveira acredita que Pacheco possui as credenciais políticas para vencer o pleito e liderar o estado de Minas Gerais, e seu apoio ao senador reflete a disposição em evitar disputas internas que possam fragmentar o partido.

Internamente, essa postura também revela a intenção do ministro de alinhar o partido ao projeto nacional de Lula e consolidar uma base de apoio ao governo federal em Minas Gerais, um dos estados mais estratégicos nas eleições presidenciais. A decisão de Silveira de não concorrer diretamente ao governo estadual e de apoiar Pacheco, caso ele aceite a indicação, busca reforçar a coesão do PSD, garantir um espaço de diálogo e fortalecer a estrutura partidária em Minas.

Alexandre Silveira deixou claro que, no cenário das eleições de 2026, seu foco está em construir a candidatura de Rodrigo Pacheco ao governo de Minas Gerais, defendendo a importância de uma liderança forte e comprometida com os interesses do estado. O ministro também reforça seu papel como articulador dentro do PSD, visando consolidar uma estratégia que fortaleça tanto o partido quanto a base de apoio ao projeto de reeleição de Lula.

Foto: Pedro França/Agência Senado

 


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