Em depoimento à Polícia Federal, o servidor da Presidência Clóvis Félix Curado Jr. disse que recebeu telefonemas em 30 de dezembro pedindo que retirasse os bens retidos.

Duas pessoas faziam um último apelo, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro já deixava o país: o ajudante-de-ordens Mauro Cid e o próprio chefe da Receita Federal.

O Ministério Público Federal viu sinais de peculato (desvio de dinheiro público) e também patrocínio de interesse privado, que são crimes, no caso das joias trazidas da Arábia Saudita. Essa investigação, a que a reportagem teve acesso com exclusividade, é sobre o conjunto mais caro, avaliado em R$ 16 milhões.

Como os bens já eram patrimônio público, pegou muito mal a tentativa de desviá-los para patrimônio pessoal do ex-presidente. “Urgência desproporcional”, destacaram os procuradores. Em depoimento à Pf, o ex-presidente disse que não foi dele a urgência para reaver os presentes nem sabe de quem foi.


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