Sob a gestão do Partido dos Trabalhadores (PT) há um ano e meio, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem ampliado significativamente a oferta de crédito em condições mais atraentes, utilizando fundos públicos para viabilizar essas operações.
Segundo informações do jornal O Globo, o banco de fomento já disponibilizou aproximadamente R$ 25 bilhões em linhas de crédito. Esse montante foi fortemente impulsionado pelo acesso a R$ 15 bilhões provenientes do Fundo Social do Pré-sal, destinados exclusivamente à reconstrução do estado do Rio Grande do Sul, que enfrentou severas tempestades entre abril e maio.
Além disso, outros R$ 24 bilhões podem estar a caminho, com medidas de socorro para o setor aéreo, um novo aporte no Fundo Clima, e o potencial do recém-criado Fundo de Investimento em Infraestrutura Social (Fiis). Esse valor pode aumentar ainda mais, considerando que está previsto um aporte adicional de R$ 10 bilhões no Fundo Clima ainda este ano, com planos para mais R$ 10 bilhões em 2025 e 2026.
O Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), por sua vez, teria cerca de R$ 4 bilhões disponíveis para empréstimos a curto prazo, conforme indicações do Ministério de Portos e Aeroportos. Esses desembolsos também podem se repetir anualmente. O potencial do Fiis, estimado em R$ 10 bilhões, será distribuído ao longo dos anos, conforme explicou o diretor de Planejamento do BNDES, Nelson Barbosa.
Diferentemente do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), principal fonte de recursos do BNDES, que desde 2018 segue as taxas de juros de mercado, esses outros fundos oferecem subsídios. Ao integrá-los na composição dos financiamentos, o BNDES consegue reduzir as taxas de juros para os clientes finais, tornando as condições de crédito mais atrativas e estimulando a demanda.
Essa nova abordagem marca uma diferença em relação à estratégia adotada em gestões anteriores do PT. Durante a crise financeira global iniciada em 2008, o BNDES recebeu grandes injeções de títulos públicos, totalizando R$ 441 bilhões entre 2009 e 2014. Esse movimento elevou os desembolsos a níveis recordes, mas também contribuiu para o desequilíbrio das contas públicas.
Agora, o foco está em utilizar os fundos disponíveis de forma mais direcionada, visando tanto à recuperação econômica quanto à sustentabilidade fiscal a longo prazo.