O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) registrou um avanço de 0,3 ponto em agosto, atingindo 93,2 pontos, conforme divulgado nesta segunda-feira (26) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Este crescimento marca a terceira alta mensal consecutiva do indicador. Considerando as médias móveis trimestrais, o ICC apresentou uma elevação de 1,3 ponto, alcançando 92,4 pontos.

De acordo com Anna Carolina Gouveia, economista da FGV/Ibre, o resultado, embora modesto, reflete uma melhoria equilibrada tanto nas percepções sobre a situação atual quanto nas expectativas para o futuro. Um aspecto importante a ser destacado é que, diferentemente dos meses anteriores, o desempenho de agosto foi impulsionado principalmente pelas faixas de renda mais altas, especialmente entre os consumidores com renda superior a R$ 9,6 mil.

A economista também ressalta que a resiliência da atividade econômica doméstica, associada a um mercado de trabalho aquecido e à inflação sob controle, tem sido fundamental para manter a confiança dos consumidores. No entanto, o crescimento mais lento sugere uma postura cautelosa em relação ao futuro.

Em agosto, tanto as expectativas para os próximos meses quanto as avaliações sobre o presente contribuíram para a elevação da confiança. O Índice de Expectativas (IE) subiu 0,3 ponto, atingindo 101,4 pontos, registrando sua terceira alta consecutiva. Da mesma forma, o Índice da Situação Atual (ISA) teve um aumento de 0,3 ponto, chegando a 81,9 pontos, seu nível mais alto desde novembro de 2023, quando marcou 82,0 pontos.

Entre os componentes do ICC, o destaque foi o item que avalia as perspectivas para a situação futura da economia, com um avanço de 2,0 pontos, atingindo 111,4 pontos, o maior nível desde abril deste ano, quando o índice chegou a 113,0 pontos. Além disso, o indicador que mede o ímpeto de compra de bens duráveis também cresceu pelo terceiro mês consecutivo, com uma alta de 1,1 ponto, alcançando 87,8 pontos.

No entanto, nem todos os resultados foram positivos. As expectativas para as finanças futuras das famílias registraram uma queda de 2,3 pontos, chegando a 104,8 pontos, sendo o único componente do ICC a apresentar retração em agosto.

No que diz respeito ao Índice de Situação Atual (ISA), a alta observada foi resultado de movimentos distintos entre seus componentes. Enquanto a percepção sobre as finanças pessoais das famílias recuou 0,3 ponto, para 70,7 pontos, a percepção sobre a economia local teve uma alta de 0,9 ponto, atingindo 93,4 pontos.

Esse panorama indica que, apesar das incertezas, a confiança do consumidor segue em trajetória de recuperação, sustentada principalmente por fatores macroeconômicos favoráveis e pelo desempenho das faixas de renda mais altas. Contudo, a queda na expectativa financeira das famílias sugere que o cenário econômico ainda exige atenção e cautela para os próximos meses.


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