O Brasil, por meio do Ministério da Saúde, assumirá a liderança do Comitê Executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) em 2025. Segundo Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), a posição permitirá que o país contribua ativamente para a resposta global ao HIV e à aids, reforçando sua posição como referência internacional em prevenção, diagnóstico e tratamento.
Atualmente, o Brasil é um dos seis países que garantem acesso gratuito e universal aos cuidados com a infecção e a doença. Os dados epidemiológicos mais recentes mostram a menor taxa de mortalidade por aids desde o início da epidemia (3,9 a cada 100 mil habitantes) e avanços significativos na capacidade de diagnóstico, com 96% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas.
Outro destaque é o aumento da profilaxia pré-exposição (PrEP), que atingiu 110 mil usuários em 2024, um crescimento de 118,4% em relação a 2022. Para a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, esses avanços demonstram o compromisso do governo brasileiro em ampliar o acesso a medidas eficazes de prevenção e tratamento.
A política brasileira de enfrentamento ao HIV/aids tem como base o Sistema Único de Saúde (SUS) e a Lei nº 9.313/1996, que garante a distribuição gratuita de antirretrovirais. Atualmente, são disponibilizados 22 medicamentos em 38 apresentações farmacêuticas para tratamento.
O enfrentamento à aids no Brasil é estruturado como uma política de Estado, com participação direta das Organizações da Sociedade Civil, promovendo acesso universal a antirretrovirais para prevenção antes (PrEP) e depois (PEP) de exposições de risco ao HIV.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, destaca que essas iniciativas consolidam o Brasil como referência global no combate à aids, baseando-se em evidências científicas e garantindo direitos universais. “Precisamos avançar ainda mais, pois apesar das tecnologias disponíveis, populações vulneráveis ainda enfrentam barreiras no acesso aos serviços de saúde”, afirmou a ministra. “Nosso compromisso é cuidar das pessoas para além de suas necessidades de saúde, promovendo um trabalho intersetorial e enfrentando os determinantes sociais”, concluiu.
Fotos: Walterson Rosa/MS