O acordo entre Brasil e China para a construção e a operação de satélites de monitoramento remoto foi ratificado pelo Senado. Assinado em Pequim, em abril de 2023, o documento prevê o desenvolvimento e lançamento do sexto satélite da série CBERS. A tecnologia, chamada de radar de abertura sintética, vai gerar dados sob quaisquer condições climáticas, inclusive por meio de nuvens, fumaça e da copa das árvores, principais dificuldades encontradas no monitoramento de florestas.

O novo satélite também pode detectar pequenas alterações em barragens, antecipando o alerta para eventuais rompimentos. Segundo o relator, senador-astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, a tecnologia vai permitir ainda que o governo se antecipe a desmatamentos irregulares, ao flagrar os primeiros movimentos de cortes das árvores. Antes de um corte de uma árvore grande daquelas lá, obviamente tem que entrar com o maquinário, tem que tirar o mato baixo, vamos chamar assim, os carumpis mais baixos.

E isso aí já é detectado pelo satélite, portanto a gente vai conseguir detectar um possível desmatamento antes que ele aconteça e aí a gente vai estar à frente do problema. E essa é uma grande vantagem disso. Além disso, ele serve também, imagina uma barragem, se essa barragem tiver qualquer tipo de movimentação, por menor que seja, você pode detectar antes que aconteça um acidente com rompimento de uma barragem, que algum problema está acontecendo.

O custo previsto para o desenvolvimento e lançamento do satélite é de 51 milhões de dólares, ou cerca de 316 milhões de reais para o Brasil e para a China, que pagará o mesmo valor e terá total acesso aos dados, que só podem ser compartilhados com outros países por consentimento mútuo das partes. Mas o senador Eduardo Girão, do Novo do Ceará, questionou o interesse chinês em colaborar com o Brasil. Ele declarou o voto contrário à proposta em um momento de corte de gastos.

“360 milhões de reais, que já com esse dólar chegando ao que chegou hoje, num completo descontrole, com tudo subindo no país, eu acredito que não seria prudente o Brasil entrar aqui com esse valor, nesse momento já tendo tecnologia disponível, nós teríamos já pelo que está em funcionamento no Brasil disponível, a gente teria condição de suprir nesse momento que o Brasil está tendo que cortar tudo”. O acordo entre o Brasil e a China seguiu para a promulgação.

Foto: Divulgação/INPE

 


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