Com a maior fatia do fundo eleitoral na disputa deste ano, o União Brasil, criado na fusão de PSL e DEM, tem sofrido pressão às vésperas da convenção nacional do partido para desistir de candidatura própria ao Palácio do Planalto.

Desde a semana passada, segundo relatos , dirigentes nacionais do PL, PT e PDT têm buscado lideranças da legenda em um último esforço para uma aliança nacional.

A ofensiva maior tem sido a do PDT, de Ciro Gomes, que corre o risco de concorrer à sucessão presidencial sem fechar nenhuma aliança partidária. O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, já ofereceu o posto de candidato a vice-presidente pelo apoio do União Brasil.

Já o PL e o PT enviaram na semana passada interlocutores para tratar com dirigentes da sigla, de acordo com relatos feitos por integrantes das duas legendas.

Nas negociações, eles têm acenado com apoios regionais ao Senado Federal caso o União Brasil apoie as candidaturas de Jair Bolsonaro ou Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente.

No caso do PT, houve aceno inclusive de a legenda ocupar o posto de candidato a vice-governador na chapa de Fernando Haddad, que hoje avalia a indicação de um nome do PSOL.

A esperança das três siglas deve-se ao fato de o União Brasil ter deixado a sua convenção nacional partidária para o último dia previsto na legislação eleitoral para a realização do evento de campanha, em 5 de agosto.

Nos bastidores, no entanto, o pré-candidato do União Brasil ao Palácio do Planalto, Luciano Bivar, tem defendido a candidatura própria diante da divisão interna no partido entre PT e PL.

Além do esforço para não criar uma cisão interna, a percepção é de que uma candidatura própria neste ano pode ajudar no aumento da bancada federal e na projeção nacional do partido, cuja fusão foi aprovada pela Justiça Eleitoral no inicio deste ano.

Caso Bivar mantenha a candidatura própria, a sigla deve se lançar com uma chapa puro-sangue. A principal cotada para o posto de vice-presidente é a senadora Soraya Thronicke (MS).


Paola Tito