No próximo sábado, 9 de novembro de 2024, é celebrado o Dia Mundial da Adoção, uma data fundamental para sensibilizar a sociedade sobre a realidade de milhares de crianças e adolescentes que vivem em instituições de acolhimento. No Brasil, enquanto mais de 30 mil pretendentes estão registrados no Sistema Nacional de Adoção, apenas cerca de 5.500 crianças estão disponíveis para adoção, refletindo a disparidade entre o desejo de adotar e as exigências em relação ao perfil dos adotados. A Colmeia, Ong que atua há mais de 70 anos no acolhimento de crianças, adolescentes e jovens mães em situação de vulnerabilidade, destaca que o preconceito com idade, cor de pele e características físicas ainda limita a possibilidade de adoção para muitos.

Com sete unidades de acolhimento em Minas Gerais, distribuídas entre Juiz de Fora, Belo Horizonte e Ibirité, a Colmeia têm desempenhado um papel essencial ao longo de décadas, oferecendo a crianças e jovens o suporte necessário para um desenvolvimento digno e seguro. A diretora-presidente da instituição, Maria Luiza Magalhães ressalta que o acolhimento vai além de um espaço físico, proporcionando um ambiente afetuoso e repleto de suporte educacional, psicológico e social.

Ela reitera que enquanto milhares de pretendentes aguardam por um processo de adoção, a preferência é por bebês e crianças pequenas, o que torna o processo mais difícil para as crianças mais velhas e grupo de irmãos. Na Colmeia, há uma tentativa constante de conscientizar a sociedade sobre a importância de ampliar o olhar para perfis diversos de crianças e adolescentes. “A adoção não deve ser um plano B; é preciso ter certeza de que se está preparado para acolher uma criança ou adolescente, respeitando suas histórias e necessidades”, comenta Maria Luiza.

Em Belo Horizonte, por exemplo, o processo de adoção para bebês pode levar até sete anos, enquanto adolescentes encontram mais barreiras para serem adotados. “Precisamos de mais sensibilidade e flexibilidade no processo de adoção. Há muitas crianças com uma imensa capacidade de retribuir o amor que recebem, basta que tenham essa oportunidade,” diz a diretora-presidente, destacando que a Colmeia também promovem programas de apadrinhamento para facilitar o envolvimento social e o suporte financeiro necessário para as crianças acolhidas.

Sobre a Colmeia

Fundada em 1954, a Colmeia nasceu a partir do empenho de mulheres da Igreja Católica, que desafiaram o preconceito da época ao acolherem mães em situação de vulnerabilidade social. Ao longo dos anos, a Colmeia expandiu seu atendimento, mantendo seu compromisso com os direitos fundamentais das crianças e adolescentes, especialmente no que diz respeito à saúde, educação e desenvolvimento cultural. A instituição precisa de uma rede de doadores e parceiros para contribuírem com recursos para manter suas atividades e o bem-estar dos assistidos.

 


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