O Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou nesta sexta-feira (8) que aproximadamente 70% das mortes verificadas na guerra de Gaza são de mulheres e crianças. A ONU denunciou o que considera violações graves dos princípios do direito humanitário internacional.

O levantamento inclui apenas mortes confirmadas por três fontes distintas, somando até agora 8.119 vítimas, número significativamente menor que o total de mais de 43 mil mortes relatadas pelas autoridades de saúde palestinas nos últimos 13 meses de conflito. O perfil demográfico das vítimas, segundo a ONU, reforça a alegação palestina de que civis, em grande parte mulheres e crianças, compõem a maioria dos mortos.

“Essa situação reflete uma violação sistemática de princípios fundamentais, como a distinção e a proporcionalidade,” afirmou o escritório de direitos humanos da ONU em declaração conjunta ao relatório de 32 páginas. Volker Turk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, destacou a importância de uma responsabilização judicial “confiável e imparcial” e recomendou a preservação de provas de possíveis violações.

As forças israelenses, que responderam a um ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 — no qual cerca de 1.200 israelenses foram mortos e mais de 250 feitos reféns — afirmam que visam evitar ferir civis em Gaza, mas apontam o uso de áreas civis pelo Hamas. O Hamas, por sua vez, nega utilizar civis como escudos.

Ajith Sunghay, chefe da ONU para os Direitos Humanos nos Territórios Palestinos, declarou em Genebra que as mortes foram confirmadas por fontes como vizinhos, familiares, ONGs, registros hospitalares e funcionários da ONU. Segundo o relatório, a vítima mais jovem confirmada era um recém-nascido e a mais velha, uma mulher de 97 anos.

 


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