Pequim reagiu nesta quarta-feira (9) às acusações do governo da Ucrânia de que cidadãos chineses estariam combatendo ao lado do Exército russo no território ucraniano. A declaração oficial veio um dia após o presidente Volodimir Zelensky anunciar a prisão de dois supostos chineses em combate no país.
Em coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, classificou a acusação como “sem fundamento” e afirmou que o governo chinês está apurando o caso junto às autoridades ucranianas. “A China sempre orientou seus cidadãos a se manterem afastados de zonas de conflito armado, não se envolverem em combates e não participarem de ações militares de nenhum dos lados”, afirmou Lin.
O Kremlin evitou comentar a denúncia. “Não posso me pronunciar sobre isso”, declarou o porta-voz Dmitry Peskov.
Esta é a primeira vez que Kiev afirma ter detido cidadãos chineses em meio às hostilidades desde o início da invasão russa em 2022. A Ucrânia divulgou um vídeo de um prisioneiro identificado como chinês, vestido com uniforme militar, mãos amarradas e falando mandarim.
Segundo uma fonte ucraniana ouvida pela AFP, os detidos teriam assinado contratos com o Exército russo, e não seriam soldados enviados oficialmente por Pequim. Ainda assim, Zelensky afirmou haver indícios de que “muitos outros cidadãos chineses” atuam ao lado das forças russas, alegação que o governo chinês rejeita categoricamente.
Foto: Roman Pilipey