Na madrugada desta segunda-feira (4), colonos judeus incendiaram cerca de 20 carros em uma propriedade palestina nos arredores de Ramallah, informaram moradores locais. O ataque, descrito como um dos mais ousados, ocorreu em Al-Bireh, vizinha a Ramallah, que abriga a sede administrativa dos palestinos na Cisjordânia ocupada.

Por volta das 3 da manhã, aproximadamente uma dúzia de agressores mascarados, munidos de coquetéis molotov, incendiaram os veículos em questão de minutos. O morador Ihab al-Zaben relatou que tentou intervir, mas os colonos continuaram a destruir os carros e abriram fogo quando ele e outros residentes tentaram apagar as chamas.

A fachada de um prédio próximo ficou enegrecida devido ao incêndio nos veículos estacionados nas proximidades. A polícia israelense e a agência de segurança Shin Bet investigam o incidente, após relatos de que vários carros palestinos foram incendiados, conforme comunicado do porta-voz da polícia.

A escalada de violência dos colonos contra comunidades palestinas na Cisjordânia gerou condenação internacional, com alguns governos, como os Estados Unidos, aplicando sanções contra colonos envolvidos em ataques e pedindo que Israel tome medidas para conter esses incidentes. A Autoridade Palestina, sediada em Ramallah, condenou o ataque, classificando-o como “brutal”, enquanto o Ministério das Relações Exteriores palestino solicitou sanções abrangentes contra o sistema de assentamentos.

Abdul Rahman Shadid, oficial do Hamas, afirmou que o ataque representava uma escalada e pediu “resistência para confrontar esses crimes”.

Israel mantém assentamentos na Cisjordânia desde a guerra de 1967, um ponto de tensão entre israelenses e palestinos, que veem esses assentamentos como um obstáculo ao estabelecimento de um estado palestino. A violência dos colonos já estava em ascensão antes da guerra em Gaza e tem se intensificado desde então.

Na semana passada, um líder dos colonos afirmou à Reuters que esperava que Donald Trump, se eleito presidente dos EUA novamente, suspendesse o que consideram sanções injustas sobre ataques aos palestinos. A maioria dos países considera os assentamentos israelenses na Cisjordânia ilegais segundo o direito internacional; os EUA mudaram sua posição em 2019, durante o governo Trump, mas voltaram a classificar os assentamentos como ilegais sob a administração de Joe Biden.

 


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