A batalha para acolher a agência de combate à lavagem de dinheiro europeu por capitais de Estados-membros da União Europeia está se intensificando à medida que nove rivais se enfrentam após o encerramento das candidaturas.

É uma luta amarga que coloca o Leste contra o Ocidente, os pequenos contra os grandes, e os membros fundadores entre os recém-chegados ao bloco, de acordo com diversas fontes ouvidas pelo canal Euronews.

As inscrições encerradas na semana passada tiveram como candidatos Paris, Frankfurt, Roma, Madri, Bruxelas, Viena, Riga, Vilnius e Dublin.

O órgão, que provavelmente se chamará Autoridade de Combate à Lavagem de Dinheiro (AMLA, na sigla em inglês), é uma tentativa do bloco europeu de endurecer o conjunto de regras sobre dinheiro sujo após uma série de escândalos bancários. A ideia é que o organismo tenha 400 funcionários e 10.000 metros quadrados de espaço de escritório.

A Alemanha, mais forte país do bloco, apresentou a sua proposta à AMLA com base na praticidade, dizendo que a nova agência deveria estar em Frankfurt para poder trabalhar eficazmente desde o primeiro dia visto que precisa de “um centro bancário”.

Enquanto Berlim elogia a sua força atual, rivais argumentam o contrário, afirmando que é injusto que os maiores e mais antigos membros da UE recebam toda a generosidade do bloco.

Apesar de ser membro há mais de 50 anos, a Irlanda acolhe apenas uma instituição “muito pequena” do bloco, a agência do mercado de trabalho Eurofound, disse Jennifer Carroll MacNeill, ministra de Estado do Departamento das Finanças irlandês à mídia.

A Alemanha está apresentando um caso diferente do meu, um caso diametralmente oposto. Ela está dizendo: vamos concentrar isso ainda mais no coração da Europa”, afirmou MacNeill.

Já a França disse nesta sexta-feira (17) que “o melhor ecossistema europeu está em Paris” para receber a agência.
“A nossa candidatura é um sinal da nossa vontade de ir mais longe na luta contra o financiamento do terrorismo”, disse o ministro da Economia, Bruno Le Maire, aos embaixadores da UE, de acordo com a Reuters.

Após a saída do Reino Unido do bloco através do Brexit, Paris se tornou o maior setor bancário da União Europeia em termos de ativos, segundo autoridades francesas.

As candidaturas para sediar a agência foram encerradas e os legisladores disseram que o candidato vencedor deve atrair funcionários de primeira linha. A AMLA seria o centro de um sistema integrado composto pela própria autoridade e por autoridades nacionais do Estado-membro escolhido.


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