A Confederação Israelita do Brasil (Conib) realizou, no sábado (23), um jantar em São Paulo durante sua 55ª Convenção Anual, mas optou por não convidar o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal, e o ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten.
O evento reuniu lideranças de direita, como os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Cláudio Castro (PL-RJ), além de personalidades como o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e Gilberto Kassab, presidente do PSD. Empresários da comunidade judaica, alinhados a Bolsonaro, criticaram a ausência do ex-presidente e seus aliados, especialmente em um momento em que Donald Trump, próximo a Eduardo Bolsonaro, anunciou sua candidatura nos Estados Unidos.
O presidente da Conib, Cláudio Lottenberg, declarou apoio a governadores de direita para as próximas eleições presidenciais, mas evitou qualquer menção a Bolsonaro, recentemente indiciado pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado.
Lottenberg tem uma relação complicada com o bolsonarismo desde a pandemia, quando foi preterido para o Ministério da Saúde, sendo considerado próximo ao ex-governador João Doria, rival de Bolsonaro.
Os críticos também destacaram a ausência de Wajngarten, lembrando sua atuação para aproximar Israel e o Brasil, como na tragédia de Brumadinho, em 2019. Durante o jantar, Tarcísio, Caiado, Castro e Mendonça discursaram, mas não fizeram qualquer referência ao ex-presidente, marcando um distanciamento entre a Conib e o bolsonarismo.
Foto: Juliana Sayuri