O embate entre biogás e hidrogênio verde como principais insumos para a indústria em um contexto de transição energética foi o destaque de um evento sobre mineração, realizado nesta segunda-feira (9) em Belo Horizonte. Durante o fórum, que reuniu grandes empresas do setor, líderes das associações representativas dos dois combustíveis apresentaram argumentos para demonstrar a eficiência e os custos vantajosos de cada opção perante um público composto por executivos da mineração e profissionais de siderúrgicas.

A disputa entre essas duas fontes de energia tem sido uma constante nas discussões sobre transição energética, onde cada um desses setores busca afirmar sua relevância. Durante o evento, a presidente da Associação Brasileira de Biogás, Renata Isfer, argumentou que o biogás, derivado de resíduos agrícolas e orgânicos, se adapta bem à realidade brasileira e poderia ser integrado facilmente às infraestruturas existentes de gás natural.

Por outro lado, Fernanda Delgado, presidente da Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde, defendeu que o hidrogênio verde está mais próximo de alcançar a produção em larga escala, o que poderia reduzir seus custos no futuro. Delgado destacou a importância de projetos pioneiros para impulsionar a indústria de hidrogênio no país.

O evento também abordou a posição do governo brasileiro, com Isfer sugerindo que o Brasil deveria aproveitar sua presidência no G20 para promover os biocombustíveis como válidos para a descarbonização, incluindo a produção de hidrogênio a partir do etanol. Esta abordagem poderia facilitar o acesso a financiamentos para o setor.

Recentemente, o Senado brasileiro aprovou um projeto de lei que oferece R$ 18 bilhões em incentivos fiscais para a produção e comercialização de hidrogênio verde, o que mostra o apoio governamental ao desenvolvimento dessa tecnologia.

Apesar das promessas do hidrogênio verde, o setor de biometano no Brasil, que já produz cerca de 1 milhão de m³ por dia, mira uma expansão significativa até o final da década. No entanto, desafios como a limitada rede de gasodutos e as preocupações europeias sobre a utilização de biomassa para energia continuam a ser obstáculos significativos.

Os participantes do evento debateram ainda sobre a necessidade de estabelecer uma hierarquia no uso da biomassa, priorizando seu uso em setores como alimentação e farmacêuticos sobre a produção energética, refletindo um debate global sobre a sustentabilidade e o impacto ambiental e social das fontes de energia renováveis.

Com informações da Folha de São Paulo

 


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