Marco Aurélio Carone
A Copasa registrou um lucro líquido de R$ 368,267 milhões no terceiro trimestre de 2024, apesar de uma queda de 15,8% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo com resultados robustos, os investimentos da empresa em melhorias para os municípios afetados pela falta de água permanecem ausentes, deixando diversas regiões de Minas Gerais com escassez hídrica.
A empresa apresentou um Ebitda de R$ 725,685 milhões, aumento de 5,4% em relação ao terceiro trimestre de 2023, impulsionado por ajustes e uma maior eficiência operacional. A margem Ebitda foi de 40,5%, acompanhada por um reajuste tarifário médio de 4,21%, que elevou a receita líquida para R$ 1,776 bilhão, um crescimento de 9,6%. Embora os ganhos financeiros sigam positivos, a falta de aplicação desses recursos em infraestrutura hídrica sustentável continua a impactar a população de municípios que ainda sofrem com a distribuição irregular de água.
Enquanto a receita da Copasa se eleva, a dívida líquida da companhia chegou a R$ 5,15 bilhões, com um índice de alavancagem de 1,8x devido à emissão de debêntures atreladas ao IPCA. No entanto, essa captação de recursos não parece beneficiar diretamente os moradores de regiões vulneráveis. Apesar da arrecadação e dos reajustes tarifários, a falta de investimentos em expansão e manutenção de redes prejudica aqueles que dependem do abastecimento.
Em vez de direcionar uma parcela dos lucros para atender aos municípios necessitados, a Copasa mantém um foco em ganhos financeiros. Essa postura levanta críticas, especialmente considerando as receitas crescentes e a falta de suporte a localidades em situação de escassez.