O Cruzeiro esteve perto, mas não conseguiu conquistar o título inédito da Copa Sul-Americana. Em um jogo marcado por altos e baixos, a equipe comandada por Fernando Diniz foi derrotada por 3 a 1 pelo Racing, da Argentina, neste sábado (23), no Estádio La Nueva Olla, em Assunção, Paraguai.
A final começou de forma dramática para o Cruzeiro. Logo aos dois minutos, o Racing chegou a balançar as redes com Gastón Martirena, mas o lance foi anulado pelo VAR. No entanto, o time argentino manteve a pressão e, aos 14 minutos, abriu o placar em grande estilo. Após erro na saída de bola de Walace, Martirena cruzou para a área, mas o chute surpreendeu a todos, encobrindo Cássio e indo direto para o ângulo.
Pouco depois, aos 19 minutos, o Racing ampliou a vantagem. Em um rápido contra-ataque, Salas cruzou para Adrián Martínez, que completou para as redes, deixando o time celeste em situação ainda mais complicada.
Diante do apagão inicial, Fernando Diniz decidiu agir rapidamente, substituindo Walace por Lucas Silva ainda aos 30 minutos do primeiro tempo. Com a mudança, o Cruzeiro ganhou mais controle de jogo, mas não conseguiu transformar a posse de bola em chances claras de gol até o intervalo.
O Cruzeiro voltou mais organizado para a etapa final e diminuiu o placar logo aos seis minutos. Em jogada individual de Matheus Henrique, Kaio Jorge tentou duas vezes para superar o goleiro Gabriel Arias e balançar as redes, reavivando as esperanças da torcida mineira.
A equipe celeste continuou pressionando, controlando a posse de bola e buscando espaços na defesa adversária. No entanto, o Racing mostrou solidez defensiva e conseguiu neutralizar as principais investidas do Cruzeiro. Fernando Diniz lançou mão de todas as opções ofensivas, mas as substituições não foram suficientes para levar o time ao empate.
Nos minutos finais, com o Cruzeiro completamente exposto, o Racing aproveitou um contra-ataque rápido para definir o jogo. Roger Martínez, que havia entrado no lugar de Adrián Martínez, recebeu um passe em profundidade e finalizou com precisão na saída de Cássio, fechando o placar em 3 a 1.
O título marca o fim de um jejum de 36 anos para o Racing, que não vencia uma competição continental desde 1988, quando conquistou a Supercopa dos Campeões da Libertadores contra o próprio Cruzeiro. Com o triunfo, os argentinos garantiram vaga direta na fase de grupos da próxima Copa Libertadores e na disputa da Recopa Sul-Americana contra o futuro campeão da Libertadores.
Já o Cruzeiro, vice-campeão, volta agora as atenções para o Campeonato Brasileiro. Ocupando o sétimo lugar na tabela com 47 pontos, o time mineiro segue na luta por uma vaga na próxima edição da Libertadores. O próximo desafio da equipe será contra o Grêmio, na quarta-feira (27), às 21h, no Mineirão.
O Cruzeiro iniciou o jogo sem a intensidade necessária para uma decisão e sofreu com os rápidos contra-ataques do Racing. Os erros individuais, como o de Walace na saída de bola, custaram caro no primeiro tempo. Mesmo com a reação na segunda etapa, a equipe não conseguiu transformar o domínio em gols.
O Racing, por outro lado, mostrou maturidade e eficiência. Mesmo após ter um gol anulado no início, a equipe argentina manteve o ritmo, explorou as falhas defensivas do Cruzeiro e aproveitou as oportunidades para construir a vitória.
Racing-ARG: Gabriel Arias; Marco Di Cesare, Santiago Sosa, García Basso; Gastón Martirena, Juan Ignacio Nardoni, Agustín Almendra (Zuculini), Juan Fernando Quintero (Solari), Gabriel Rojas; Adrián Martínez (Roger Martínez), Maximiliano Salas. Técnico: Gustavo Costas.
Cruzeiro: Cássio; William, João Marcelo, Lucas Villalba, Marlon (Kaique Kenji); Walace (Lucas Silva), Lucas Romero (Lautaro Díaz), Matheus Henrique, Matheus Pereira, Gabriel Veron (Barreal); Kaio Jorge. Técnico: Fernando Diniz.
Gols: Martirena (14′ 1°T), Adrián Martínez (19′ 1°T), Kaio Jorge (6′ 2°T), Roger Martínez (49′ 2°T).
Cartões amarelos: Lucas Romero, Lucas Silva, García Basso, Nardoni, Matheus Pereira, Di Cesare.
Local: Estádio La Nueva Olla, Assunção, Paraguai.
Árbitro: Esteban Ostojich (URU).
Com o fim da campanha na Sul-Americana, o Cruzeiro agora busca encerrar a temporada com dignidade, mirando a classificação para a Libertadores e consolidando sua recuperação no cenário nacional. A torcida celeste, embora frustrada com a derrota, reconhece a evolução da equipe em um ano marcado por altos e baixos.
Foto: Gustavo Aleixo/Cruzeiro