O Brasil vem enfrentando um aumento alarmante no número de queimadas, impulsionado pela seca prolongada e pela falta de chuvas. Além de representar sérios riscos ao meio ambiente e à saúde pública, as queimadas afetam a rede de energia elétrica e a segurança nas rodovias. No estado de Minas Gerais, a situação é ainda mais crítica, especialmente na região Centro-Oeste.
Entre maio e setembro de 2024, Divinópolis liderou o ranking estadual de registros de queimadas, com 886 ocorrências, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros. Itaúna, outra cidade do Centro-Oeste mineiro, ocupa a oitava posição, com 464 registros. Outras cidades como Oliveira e Formiga também aparecem com números expressivos no período de estiagem.
A seca prolongada, com mais de 150 dias sem chuva, foi apontada como uma das principais causas do aumento dos incêndios em vegetação. O cabo Hudson Orsine, do Corpo de Bombeiros, explicou que as condições climáticas extremas, como baixa umidade e ventos fortes, contribuem para a propagação das queimadas. “Divinópolis é o município que mais registra incêndios em vegetação no estado desde 2019”, afirmou.
As queimadas também impactam diretamente a distribuição de energia elétrica. A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) relatou que as ocorrências, muitas vezes em áreas de difícil acesso, dificultam a manutenção e reparo das redes. Entre janeiro e agosto de 2024, mais de 60 mil clientes da Cemig no Centro-Oeste mineiro tiveram o fornecimento de energia interrompido por causa de incêndios, um aumento de 1.127% em relação a 2023. Matheus Amaral, engenheiro líder da Cemig, explicou que as queimadas podem causar o desligamento de linhas de transmissão e subestações, além de graves acidentes.
A Cemig e o Corpo de Bombeiros reforçam a necessidade de denunciar focos de incêndio, acionando os bombeiros pelo telefone 193 e a Cemig pelo número 116. Denúncias anônimas de queimadas ilegais também podem ser feitas pelo Disque Denúncia, no número 181.
Foto: Cemig/Divulgação