Nesta sexta-feira, 13 de setembro, a mineradora Vale divulgou a detecção de trincas superficiais na barragem Forquilha III, localizada na mina de Fábrica, em Ouro Preto, região Central de Minas Gerais. A empresa assegurou que a estabilidade da estrutura não foi comprometida, e medidas já foram tomadas para evitar qualquer impacto imediato em áreas próximas, que foram previamente evacuadas.

A barragem Forquilha III encontra-se no nível 3 de emergência desde 2019, o mais alto na escala da Agência Nacional de Mineração (ANM), o que sinaliza “risco iminente de rompimento”. A estrutura está em processo de descaracterização, e a Vale afirmou que as trincas foram identificadas durante uma inspeção de rotina. Conforme informações divulgadas, a barragem é monitorada continuamente.

A empresa reforçou que a barragem possui uma Estrutura de Contenção a Jusante, e a Zona de Autossalvamento, a área que seria diretamente afetada em caso de rompimento, foi evacuada e permanece sem presença de moradores ou outras atividades humanas. Além disso, a Vale afirmou ter notificado as autoridades competentes e estar executando um plano de ação para investigar as causas das trincas e implementar as correções necessárias.

Ainda em abril deste ano, uma anomalia havia sido detectada em um dos 131 dispositivos de drenagem da barragem, que foi corrigida posteriormente. À época, a Vale também afirmou que a estabilidade da estrutura não foi alterada. A barragem continua sob vigilância integral, com monitoramento 24 horas por dia pelo Centro de Monitoramento Geotécnico (CMG) da empresa.

A mineradora reforçou seu compromisso em avançar com o processo de descaracterização da barragem, que envolve a remoção dos rejeitos de mineração e a recuperação ambiental da área. A previsão é que o processo seja concluído até 2035, com a expectativa de reduzir os níveis de emergência durante este período.

Em caso de rompimento, as bacias hidrográficas dos rios das Velhas e Paraopeba seriam diretamente impactadas, o que reforça a urgência e importância de prevenir qualquer incidente. A Vale se comprometeu a manter as comunidades locais e seus empregados informados por meio de seus canais oficiais.

Este novo episódio levanta novamente preocupações sobre a gestão de barragens em Minas Gerais e o risco contínuo para o meio ambiente e as comunidades locais. As medidas adotadas pela mineradora visam minimizar esses riscos, mas a extensão e o prazo do processo de descaracterização mostram que a situação ainda requer acompanhamento rigoroso e transparência total por parte da empresa e das autoridades responsáveis.

 


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