Minas Gerais foi o estado brasileiro com o maior crescimento da mineração em termos de faturamento em 2021, aponta balanço do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) divulgado nesta terça (1º/2). A arrecadação global das mineradoras com exploração no estado saltou de R$ 76,4 bilhões em 2020 para R$ 143 bilhões no ano passado, aumento de 87%.

Ainda assim, o Pará ainda arrecadou mais dinheiro com a mineração que Minas: R$ 146,6 bilhões, mas com crescimento de 51%, inferior ao de Minas.

Segundo Wilson Brumer, presidente do Conselho-Diretor do Ibram, as explicações para esse crescimento do faturamento do setor estão ligadas ao aumento do preço das commodities. Outro fator é o elevado preço do dólar diante da desvalorização do real, já que boa parte da produção é exportada, principalmente para a China.

O faturamento total das mineradoras no Brasil totalizou R$ 339 bilhões em 2021, 62% a mais que os R$ 209 bilhões de 2020.

Principal exploração do Brasil, responsável por 74% do faturamento no ano passado, o minério de ferro fechou 2021 com crescimento 47,5% no preço médio anual: a tonelada saiu de US$ 108,45 para US$ 159,93.

Outras commodities também tiveram crescimento significativo no preço médio anual: estanho (92,9% de aumento), alumínio (45,4%) e cobre (51,9%).

“O grande crescimento, em termos de faturamento do setor, indiscutivelmente foi o minério de ferro, saindo de 66% do faturamento global para 74%”.Além de registrar um aumento significativo no faturamento, Minas Gerais abriga 11 dos 15 municípios com maior arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), os royalties do setor.

São eles: Conceição do Mato Dentro, Congonhas, Itabirito, Mariana, Itabira, São Gonçalo do Rio Abaixo, Nova Lima, Belo Vale, Itatiaiuçu, Brumadinho e Paracatu.
Esse crescimento da arrecadação dos royalties no estado está relacionado à retomada de complexos minerários com exploração suspensa após a Tragédia de Brumadinho, segundo o Ibram. O retorno das operações da Samarco também influenciou.

“Nós sempre dissemos nas nossas entrevistas que o Brasil tem um potencial enorme de crescimento. Muito pouco do território nacional é pesquisado, é conhecido. Nós acreditamos que fortalecendo a Agência Nacional de Mineração (ANM) e também fortalecendo o Serviço Geológico do Brasil, temos condições de atrair mais investimentos”, diz Flávio Ottoni Penido, diretor-presidente do Ibram.

Importação e exportação

Assim como no caso do faturamento, a exportação de minerais cresceu no Brasil: de US$ 36,5 bilhões para US$ 58 bilhões (aumento de 58,6%). Novamente, o minério de ferro foi o produto mais exportado do Brasil: 76,9% do total, sendo China, Malásia e Japão os principais compradores.

Já em importação, o País comprou US$ 9,1 bilhões em minerais, mais que o dobro dos US$ 4,1 bilhões gastos em 2020. “Basicamente, estamos falando de carvão e potássio, que representam quase 80% de todo o produto mineral que nós importamos”, afirma Wilson Brumer.

O carvão vai principalmente para a siderurgia. Já o potássio vem de uma demanda do agronegócio.

Fonte: Ibram