Wellington Luiz Firmino, condenado a 17 anos de prisão por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, foi capturado nesta segunda-feira (18/11) em Jujuy, noroeste da Argentina, enquanto tentava fugir de moto para o Chile. Ele é o terceiro foragido dos eventos em Brasília a ser detido no país vizinho nos últimos dias.

A prisão ocorreu em um posto de controle na fronteira, onde autoridades argentinas identificaram a ordem internacional de captura emitida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Firmino, que estava na lista de 61 foragidos procurados pela Interpol, confirmou sua detenção em vídeos publicados nas redes sociais: “Minha ideia era fugir, mas, com o nome na Interpol, na primeira passagem pela polícia fui preso”, declarou.

Firmino esteve entre os invasores dos Três Poderes em Brasília e chegou a gravar vídeos do alto do prédio do Congresso Nacional, celebrando a tomada do local. Ele foi condenado por associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Desde a eleição de Javier Milei como presidente da Argentina em 2023, o número de brasileiros pedindo refúgio no país aumentou significativamente, passando de três solicitações em 2023 para 185 até outubro de 2024. Apesar do apoio declarado de Milei ao ex-presidente Jair Bolsonaro, as forças de segurança argentinas têm cumprido as decisões judiciais brasileiras, incluindo prisões de foragidos.

Em junho, o governo argentino forneceu ao Brasil uma lista de brasileiros envolvidos nos atos golpistas que ingressaram no país e eram considerados fugitivos. O documento foi encaminhado ao Itamaraty e, posteriormente, ao STF. A cooperação entre os dois países é garantida pelo Acordo de Extradição do Mercosul, que estabelece a entrega recíproca de pessoas procuradas para responder a processos judiciais ou cumprir penas de prisão.

A prisão de Firmino segue outras detenções recentes de brasileiros na Argentina por envolvimento nos eventos de 8 de janeiro. As autoridades dos dois países mantêm esforços conjuntos para localizar e extraditar os envolvidos, reforçando o compromisso com o cumprimento da justiça em casos relacionados ao ataque ao Estado Democrático de Direito no Brasil.

 

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