O prefeito reeleito de Belo Horizonte, Fuad Noman, em entrevista ao jornalista Artur Búrigo da Folha de São Paulo, destacou que suas principais metas para o novo mandato incluem melhorias no anel rodoviário e a modernização do contrato de concessão do transporte público na capital. Noman afirmou que o anel rodoviário é uma prioridade urgente, sendo um ponto crítico de acidentes que requer atenção imediata. Ele disse que pretende tratar do tema em uma reunião com o ministro dos Transportes, Renan Filho, em Brasília, na próxima semana, já que atualmente o trecho está sob gestão do DNIT. “Esse trecho tem causado muitas mortes e acidentes, e quero que seja meu grande projeto”, disse Noman.
Sobre o transporte público, Noman destacou que pretende revisar o contrato, buscando referências globais para oferecer um sistema mais eficiente e acessível à população. Ele disse que pretende contratar uma consultoria especializada para elaborar o termo de referência do novo contrato, que será submetido a audiências públicas. “Quero garantir um sistema de transporte mais eficiente, acessível e economicamente viável”, comentou.
Questionado sobre as acusações recebidas durante a campanha, Noman afirmou que, no primeiro turno, foi alvo de ataques por sete candidatos que criticaram tanto a cidade quanto sua gestão. No segundo turno, enfrentou ataques pessoais, que ele classificou como injustos. Noman mencionou que adversários tentaram denegrir sua imagem explorando seu livro “Cobiça”, mas afirmou que, após uma análise completa de sua vida, não encontraram nada que o desabonasse. “Saí ileso, mas foi algo que incomodou um pouco”, disse ele.
Fuad Noman também comentou sobre sua relação com a Câmara Municipal e destacou o papel do vice-prefeito eleito, Álvaro Damião (União Brasil), em promover um entendimento com os vereadores. Ele disse que espera uma relação colaborativa, mas sem submissão, com a Câmara. Quanto ao apoio do governador Romeu Zema a dois de seus adversários na eleição, Noman minimizou o impacto, ressaltando que a relação institucional com o governo estadual continua cordial. “O governador é cordial e acessível. Ele me enviou uma mensagem de parabéns e se colocou à disposição”, afirmou o prefeito.
Em relação ao apoio institucional, Noman destacou que mantém boas relações tanto com o governo estadual quanto com o federal, afirmando que “não importa ideologia; sou uma pessoa do diálogo”. Ele mencionou que nas eleições presidenciais de 2026, seguirá a orientação de seu partido apenas se a escolha beneficiar Belo Horizonte, e reconheceu que o presidente Lula tem contribuído para a cidade. Esse apoio foi, segundo ele, um dos fatores que motivaram sua adesão à candidatura de Lula no segundo turno das eleições.
Alexandre Rezende/Folhapress