O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), afirmou nesta segunda-feira (28) que o Partido dos Trabalhadores (PT) precisa realizar uma “profunda avaliação” dos resultados das eleições municipais deste ano. Padilha usou uma metáfora do futebol ao dizer que o partido permanece no “Z4” das disputas municipais desde 2016, referindo-se à zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, onde ficam os times com desempenho mais fraco.

“O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas, em minha avaliação, ainda não saiu do Z4 em que entrou nas eleições municipais de 2016. Tivemos algumas conquistas importantes, incluindo a vitória em uma capital e cidades relevantes no segundo turno, mas ainda há um longo caminho de recuperação”, reconheceu Padilha.

O ministro ressaltou que o partido precisa se reconectar com os trabalhadores que não se veem representados, apontando para segmentos em crescimento, como motoristas de aplicativos, que não possuem vínculos formais e tampouco estão sindicalizados. Segundo Padilha, esse será um ponto importante de debate interno para o PT buscar protagonismo nas grandes e médias cidades.

Padilha falou com a imprensa após uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também esteve presente, mas não fez declarações públicas. Durante o encontro, os líderes discutiram os resultados das eleições municipais e o impacto da reeleição, que, segundo Padilha, foi “um verdadeiro tsunami”. Ele observou que os prefeitos reeleitos se beneficiaram do momento econômico favorável e dos repasses federais.

O ministro também informou a Lula que nenhum dos ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o principal adversário de Lula, foi eleito neste ano. Ao responder a críticas de que Lula não teria participado ativamente nas campanhas de candidatos aliados, Padilha lembrou que, quando presidente, Lula historicamente não teve grande presença em disputas municipais, exceto nos pleitos de 2012 e 2016, quando estava fora de cargos eletivos.

Ele acrescentou que Lula gravou mais vídeos de apoio a candidatos do que nunca, destacando que a lesão que levou o presidente a cancelar viagens não afetou sua participação no segundo turno das eleições.

Foto: Valter Campanato /Agência Brasil


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