Integrantes da bancada e da executiva nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) avaliam que uma possível reforma ministerial poderia centralizar o discurso e promover ações governamentais, especialmente após o desempenho abaixo das expectativas nas eleições municipais. Para parlamentares e membros do partido, os ajustes nos ministérios ajudariam a alinhar as ações e reafirmar o protagonismo do PT e de partidos aliados.
Entre as principais críticas estão a falta de coordenação e de uma agenda comum entre as pastas, o que, segundo fontes do PT, dilui os feitos e projetos do governo, dificultando a criação de uma marca para o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A necessidade de maior reconhecimento de programas como o Pé-de-Meia é vista como uma lacuna que a reforma poderia ajudar a preencher.
Os integrantes do partido também apontam limitações na comunicação de realizações de ministérios importantes, especialmente os dirigidos pelo Centrão e pelo próprio PT, como Integração e Desenvolvimento Regional, Previdência Social, Cidades, Saúde e Desenvolvimento e Assistência Social. Embora esses ministérios apresentem políticas relevantes, os petistas acreditam que suas ações permanecem pouco conhecidas pela população.
Apesar de críticas a Rui Costa, ministro da Casa Civil responsável pela coordenação das ações governamentais, o grupo do PT que defende a reforma ministerial não espera que todas as pastas sejam afetadas. O objetivo é tornar mais visível o impacto do governo para a sociedade, fazendo com que os feitos da gestão sejam amplamente reconhecidos e associados ao PT.
Com a intensificação das pressões internas, o partido convocou uma reunião da comissão executiva nacional para discutir os rumos da eleição municipal. Durante a reunião, dirigentes petistas reforçaram a importância de uma reforma ministerial para consolidar o desempenho do governo. Contudo, o presidente Lula tem demonstrado cautela quanto à amplitude dessas mudanças, afirmando em evento recente no Rio Grande do Norte que não sente “pressa” em trocar ministros.
Foto: Secretaria de Comunicação do PT de Minas