Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, retornam a Brasília nesta semana para intensificar discussões sobre cortes de gastos. Na semana passada, ambos participaram de reuniões do Banco Mundial, FMI e G20, em Washington. Enquanto estiveram fora, técnicos econômicos prepararam um conjunto de propostas para redução de despesas, que serão primeiramente analisadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva antes de serem encaminhadas ao Congresso Nacional.
O colunista do “Globo”, Lauro Jardim, informou que Haddad tem uma reunião agendada com o presidente Lula nesta semana para discutir as propostas, com a possibilidade de definir as medidas ou adiá-las para a primeira semana de novembro.
Com a necessidade de aprovar alterações legislativas, a equipe econômica preferiu aguardar o segundo turno das eleições municipais para detalhar as propostas, que incluem o corte de despesas obrigatórias para fortalecer o arcabouço fiscal. Lula já manifestou que benefícios permanentes, como aposentadorias, não devem ser desvinculados das regras de reajuste atreladas ao salário mínimo, abrangendo a reposição da inflação e o crescimento econômico. Assim, os técnicos estudam alterações em benefícios temporários, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Com o objetivo de garantir a recuperação do grau de investimento até o final do governo em 2026, a Fazenda prepara um pacote de revisão de gastos, mirando cortes entre 30 e 50 bilhões de reais. Esse esforço visa não apenas equilibrar as contas públicas, mas também assegurar a sustentabilidade do arcabouço fiscal. Projeções apontam que, sem ajustes, as despesas obrigatórias consumirão uma parcela significativa do orçamento até 2027, comprometendo recursos para investimentos e manutenção da máquina pública.
No início de novembro, Haddad viajará para quatro ou cinco capitais europeias antes do encontro do G20, que será realizado no Brasil, no Rio de Janeiro, na segunda quinzena do mês.