Israel afirmou nesta quinta-feira (13) que espera que o Hamas liberte três reféns vivos no sábado para garantir a continuidade do cessar-fogo na Faixa de Gaza. A exigência ocorre após o grupo palestino assegurar que seguirá o cronograma estipulado pelo acordo de trégua.
A primeira fase do acordo, em vigor desde 19 de janeiro, já possibilitou cinco trocas de reféns israelenses por prisioneiros palestinos. No entanto, o Hamas anunciou nesta semana o adiamento da próxima troca, condicionando-a ao cumprimento dos compromissos acordados nas últimas semanas.
As negociações ficaram paralisadas por vários dias, mas, segundo a imprensa egípcia, mediadores do Egito e do Catar conseguiram superar os impasses que ameaçavam a trégua. Após esse avanço, o Hamas declarou estar pronto para implementar o acordo e libertar os reféns conforme previsto.
O porta-voz do governo israelense, David Mencer, reforçou que o acordo estabelece claramente a necessidade de libertação de três reféns até sábado ao meio-dia. Caso isso não ocorra, Israel considera a trégua encerrada.
Na terça-feira, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu alertou que, sem a libertação dos reféns, Israel retomará os combates intensos na Faixa de Gaza. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também declarou que, se o Hamas não libertar todos os prisioneiros israelenses, haverá severas consequências.
Duas fontes palestinas indicaram que houve avanços na negociação, e que Israel teria se comprometido a implementar medidas humanitárias a partir desta quinta-feira. Se confirmado, o envio de materiais pré-fabricados, tendas, combustível, medicamentos e equipamentos para hospitais poderá ser iniciado.
Apesar desse avanço, um porta-voz do primeiro-ministro israelense afirmou que Israel não permitirá a entrada de maquinário pesado em Gaza pelo posto de Rafah, que faz fronteira com o Egito.
Enquanto isso, centenas de milhares de palestinos deslocados retornaram ao norte da Faixa de Gaza, que foi severamente destruído pelos combates. “Gaza se tornou um inferno insuportável, não podemos viver com esse nível de destruição”, declarou Abdul Naser Abu al Omrain.
A proposta de Trump de que os Estados Unidos assumam o controle de Gaza e transfiram sua população para o Egito e a Jordânia foi rejeitada por esses países e provocou indignação internacional. O Hamas convocou protestos globais em solidariedade à população palestina e contra qualquer tentativa de deslocamento forçado.
Em Israel, dezenas de familiares de reféns mantidos em Gaza bloquearam uma rodovia em Tel Aviv para exigir o cumprimento do acordo de trégua. A situação dos reféns libertados no sábado gerou indignação no país, especialmente após a divulgação de imagens dos três homens visivelmente magros e debilitados sendo interrogados pelo Hamas antes de sua libertação.
Foto: Khalil Mazraawi