A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou nesta sexta-feira, 9, que as propostas aprovadas na 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente simbolizam um verdadeiro exercício democrático, com potencial para orientar a formulação de políticas públicas em todas as esferas governamentais e também no setor privado.
Segundo Marina, as sugestões surgidas no processo conferem legitimidade à política ambiental e serão levadas em consideração pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo governo federal. “O que não foi priorizado não será engavetado”, garantiu a ministra, ao encerrar o evento. “Vamos ter de fazer o manejo sustentável dessa riqueza de propostas que vieram”, acrescentou.
A conferência reuniu propostas oriundas de processos participativos que começaram com mais de duas mil sugestões, reduzidas para cerca de 500, depois 100 e, por fim, 10 propostas prioritárias, escolhidas de forma democrática. “Imagine o quanto custaria contratar uma consultoria para chegar a esse resultado. Agora, além das ideias, temos as pessoas que aplicam essas propostas nas suas comunidades, com vocalizadores e articuladores locais. Isso é o que a democracia proporciona”, declarou.
A ministra ressaltou que a política ambiental conduzida durante o governo Lula tem como base o compartilhamento de autoria, de execução e de reconhecimento, princípios que considera fundamentais para o enfrentamento dos desafios do século 21. Segundo ela, a 5ª Conferência simboliza essa visão ao tratar do desenvolvimento sustentável não apenas do ponto de vista ambiental, mas também político, cultural, econômico e social.
Também presente na cerimônia de encerramento, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou o avanço do Brasil no ranking de desenvolvimento humano da Organização das Nações Unidas (ONU), com a subida de cinco posições. Para ela, o crescimento não se resume a um dado numérico, mas representa uma melhora efetiva na qualidade de vida da população brasileira.
“Esse avanço está ligado diretamente às ações de preservação ambiental, que são fruto do trabalho coletivo que temos realizado. Celebramos conquistas, mas também reafirmamos nosso compromisso com um futuro melhor, baseado na conscientização sobre a importância de preservar o meio ambiente”, afirmou.
Margareth Menezes defendeu que o verdadeiro desenvolvimento humano está alicerçado na educação, na cultura e na preservação das fontes naturais de riqueza. “Essas são essenciais para a vida e para a identidade do nosso povo”, declarou. Ela ainda fez um apelo pela restauração da conexão entre humanidade e natureza.
“Precisamos entender que fazemos parte da natureza e que ela agora também precisa de nós. Cuidar do meio ambiente é cuidar da vida humana. Temos de nos mobilizar para reverter a destruição das reservas naturais, não apenas pelo planeta, mas por nossa própria sobrevivência. O planeta continuará com ou sem a gente”, concluiu.
A 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente teve início na última terça-feira, 6, e marcou a retomada do espaço de participação social na formulação de políticas ambientais, interrompido desde 2013. O encontro foi estruturado a partir do tema *Emergência Climática e o Desafio da Transformação Ecológica, com debates organizados em cinco eixos: Mitigação; Adaptação e Preparação para Desastres; Justiça Climática; Transformação Ecológica; e Governança e Educação Ambiental.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil