O presidente Lula (PT) já avisou a integrantes do governo que não vai dividir o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que vai ficar sob o comando de Ricardo Lewandowski.
O debate sobre divisão das pastas voltou à tona com a saída de Flávio Dino, que defendia a união das áreas. Nesta manhã, Lula anunciou que Ricardo Lewandowski assume a vaga em 1º de fevereiro.
Lula ofereceu o ministério completo ao ministro aposentado do STF. No ministério, que já começou seu período de transição, servidores foram informados de que o órgão não será desmembrado, mas haverá mudanças na equipe.
Lula era defensor de separar as duas pastas durante a transição. Ele avaliava que, separados, cada tema ganharia mais atenção. Isso também garantiria a negociação de mais uma indicação a uma pasta importante. O atual secretário-executivo, Ricardo Cappelli, poderia inclusive ficar com Segurança Pública, tema que ele tem mais afinidade.
Foi Dino quem segurou. Um dos primeiros ministros a serem anunciados em dezembro, ele argumentou que Polícia Federal e Ministério Público têm uma relação intrínseca e funcionam muito melhor unidos sob um mesmo guarda-chuva do que sob coordenações diferentes.
Com sua saída rumo ao STF, a ideia voltou a ganhar força no Planalto. Mas nem chegou a entrar nas negociações com Lewandowski.
Isso também ajudaria a minimizar as perdas do PSB. O partido do vice-presidente Geraldo Alckmin não ficou muito feliz com a troca de um nome do partido e poderia manter a relevância numa eventual nova pasta.
Quem decide é Lewandowski
Lula já deixou claro que o ministro é quem vai nomear os cargos da pasta. Após a mudança, Cappelli afirmou que não se demite, mas também não aceita ser “rebaixado”. Ele chegou a ser cotado para a vaga, caso o ex-STF não aceitasse o cargo.
Lewandowski deve levar ex-secretário-geral do STF para ser seu número 2
Lewandowski só assume no dia 1º, mas as mudanças já começam a acontecer. Há servidores que devem ir com Dino para o Supremo e outros que serão dispensados ou remanejados. Sem filiação, é esperado que o novo ministro faça menos indicações partidárias.
“Normalmente, eu tenho por hábito não indicar ninguém para nenhum ministério. Eu quero que as pessoas montem o time que ele vai jogar. Eu, se fosse técnico de futebol, eu não permitiria que o presidente do meu time, por mais importante que fosse, fosse escalar o meu time. O meu time sou eu que escalo. Se eu perder, me tirem, se eu ganhar, eu continuo“, disse Lula, sobre mudanças no ministério.